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Após depor à PF, Bolsonaro diz que mandou R$ 2 milhões para Eduardo 'não passar necessidade' nos EUA

O depoimento foi feito antes de seu interrogatório na próxima semana perante o Supremo Tribunal Federal (STF)

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(Atualizado às 19:38)
Foto de Jair Bolsonaro para matéria sobre seu depoimento a Polícia Federal onde falou que mandou 2 milhões para seu filho Eduardo que está nos EUA
Legenda: O ex-presidente foi chamado a depor na investigação sobre seu filho Eduardo Bolsonaro,
Foto: Kid Jr.

Após depor perante à Polícia Federal nesta quinta-feira (5), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) conversou com jornalistas e afirmou que enviou cerca de R$ 2 milhões para o filho Eduardo (PL), deputado que está licenciado nos Estados Unidos. A informação é do g1.

"Bastante dinheiro legal", disse o político. “Botei dinheiro na conta dele, bastante até, dinheiro limpo, legal, até PIX”, complementou Bolsonaro.

O ex-presidente foi chamado a depor na investigação sobre seu filho Eduardo Bolsonaro, por buscar sanções do governo dos Estados Unidos, onde está morando atualmente, contra autoridades brasileiras que ele acusa de agir contra seu pai.

Foram cerca de duas horas de depoimento. O ex-chefe do Executivo chegou à sede da PF as 14h40, deixando o local às 17h. O interrogatório estava previsto para iniciar as 15h.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, que se afastou temporariamente de suas funções, se mudou para Washington em fevereiro, com o argumento de que a Justiça brasileira tentaria proibi-lo de deixar o país.

Ele é acusado de fazer campanha na capital americana contra os ministros do STF e em defesa de seu pai, a quem considera um perseguido político.

O STF deferiu um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana passada para investigar o terceiro filho de Bolsonaro por "coerção" e obstrução de investigação.

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PRÓXIMO SERÁ NO STF

O depoimento foi feito antes de seu interrogatório na próxima semana perante o Supremo Tribunal Federal, em seu julgamento pela tentativa de golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2022. Nesse caso, ele pode ser condenado a aproximadamente 40 anos de prisão.

O chefe da diplomacia dos EUA, Marco Rubio, afirmou em maio que havia uma "forte possibilidade" de Washington sancionar o ministro do STF Alexandre de Moraes por suposta "censura" e "perseguição política" contra a direita brasileira.

Moraes é o responsável pelo julgamento sobre a suposta tentativa de golpe de Jair Bolsonaro, além da investigação sobre Eduardo Bolsonaro.

Após as declarações de Rubio, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do ministro.

"Que história é essa de os Estados Unidos quererem criticar alguma coisa da Justiça brasileira?", disse Lula no domingo, lamentando o fato de que "os Estados Unidos querem processar o Alexandre de Moraes".

Inelegível até 2030 por questionar o sistema de votação sem provas, Bolsonaro continua sendo o líder da direita e da extrema-direita no Brasil e insiste que será candidato nas eleições presidenciais de 2026.

Se não o fizer, seu filho Eduardo é um dos candidatos à sua sucessão, segundo pesquisas de opinião.

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