Candidato do PL na disputa pela Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes repercutiu o apoio do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT) e de vereadores do PDT à sua candidatura durante a campanha no segundo turno. Ele disse que não fez "loteamento de espaço público" para reunir aliados que antes se opunham ao seu nome. Na ocasião, ressaltou que "não mudou o discurso" para atrair as lideranças, nem fez promessas. A declaração foi feita nesta segunda-feira (14), durante sabatina no telejornal CETV 1ª Edição, da TV Verdes Mares.
"O fato de o ex-prefeito Roberto Cláudio ter aderido à nossa campanha, assim como o presidente da Câmara de Vereadores (Gardel Rolim), que é do PDT, e a grande maioria da bancada do PDT ter aderido à minha candidatura, não significa que eu simplesmente mudei meu discurso. Não mudei meu discurso, meu discurso sempre será o mesmo: temos que renovar e inovar em várias áreas de Fortaleza", afirmou.
Na ocasião, ele frisou que a gestão do prefeito José Sarto (PDT) é diferente da de Roberto Cláudio, ainda que ambos sejam da mesma legenda. Ele enalteceu, ainda, a importância de ter uma "grande liderança" como ex-prefeito ao seu lado no segundo turno e de já ter apoio de 22 vereadores eleitos.
O postulante do PL reforçou que não fez "loteamento de espaço público" em troca de apoio, mas destacou que pessoas experientes "terão espaço".
"Nós não fizemos e não faremos, em nenhum momento, loteamento de espaço público. Eu não prometi secretaria, cargo, esquece isso, isso não aconteceu. Agora, é óbvio, que eu, André Fernandes, preciso de pessoas com experiência do meu lado, as melhores pessoas para cuidar de infraestrutura, meio ambiente, saúde. E com toda certeza tem muitas pessoas que têm essa bagagem e que eu preciso que elas me ajudem na gestão. E, sim, terão espaço, mas não fiz loteamento em momento algum"
Desde a semana passada, parte dos pedetistas que apoiavam a reeleição de Sarto tem manifestado apoio à candidatura de André Fernandes no segundo turno contra Evandro Leitão (PT). Sarto ficou em terceiro na disputa e declarou "neutralidade" após o resultado do primeiro turno.
Diálogo
Fernandes também falou sobre a postura que deve ter com a oposição na Câmara Municipal, caso seja eleito. Segundo ele, haverá diálogo com todos.
"O povo precisa entender que é saudável que exista oposição, é importante que exista uma oposição. (...) Através das críticas nós vamos conseguir resolver, se for de fato um problema. Então o diálogo vai acontecer com a situação, base, mas também com a oposição", completou.
Ele rebateu, inclusive, críticas de que não teria experiência para administrar o Paço Municipal. Na ocasião, ele citou que antes de serem gestores, Luizianne Lins (PT), Roberto Cláudio e Ciro Gomes (PDT), ex-prefeitos de Fortaleza, também só tinham experiência no Legislativo.
Igualdade salarial entre homens e mulheres
O candidato do PL comentou, ainda, seu voto contrário ao projeto de lei federal que busca garantir igualdade salarial entre homens e mulheres que desempenham a mesma função e realizem trabalho de igual valor. Questionado se acreditava que mulheres não deveriam receber o mesmo valor pelo exercício da mesma função, ele disse que não entendia dessa forma.
"Não, nunca entendi isso. Pelo contrário, eu defendo que, por exemplo, você, como jornalista, possa receber mais que outros jornalistas. Eu não acho que deva se equiparar o salário. A mulher pode e deve receber mais que os homens. Esse projeto fala sobre igualar, não sobre um ter mais do que o outro", acrescentou.
Propostas
Fernandes também citou propostas para a saúde, a educação e a mobilidade urbana, por exemplo. Na Saúde, ele reforçou que a Capital tem recursos suficientes para implementar um terceiro turno para diminuir a fila de espera por atendimentos, por exemplo.
Na Educação, o parlamentar disse que vai zerar a fila de espera de creches, por meio de parcerias com a iniciativa privada. Para isso, a Prefeitura vai realizar um estudo para mapear quantas vagas existem em escolas particulares e em Organizações Sociais para ver se é possível suprir a demanda.
"Nós temos 15 mil crianças na fila de espera. Nós vamos zerar essa fila, seja através de novas creches adquiridas pela prefeitura ou convênio com creches particulares", afirmou, acrescentando que novas unidades públicas serão construídas, mas a parceria com a iniciativa privada seria para resolver o problema de forma mais célere.
Na mobilidade, Fernandes reafirmou que irá realizar um estudo técnico sobre o impacto da organização viária da Capital, com possibilidade de retirar ciclofaixas, por exemplo.
"Fortaleza tem via pra ciclofaixa, via pra faixa de pedestre, a gente tem faixa pra jarro de planta enquanto os carros estão parados no trânsito", disse.