Alexandre de Moraes nega deixar relatoria de inquérito que investiga declaração falsa de Bolsonaro
Ministro ainda determinou que a PGR se manifeste sobre o pedido da PF para indiciar o presidente por incitação ao crime
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que solicitava sua saída como relator do inquérito que investiga uma fala mentirosa de Jair Bolsonaro, que, no fim de 2021, associou a vacina contra a Covid-19 ao risco de contrair HIV. As informações são do portal g1.
Conforme a publicação, o ministro ainda determinou que a PGR se manifeste sobre o pedido da Polícia Federal para indiciar o presidente por incitação ao crime.
Na última segunda-feira (5), a PGR solicitou, no STF, que Moraes envie o inquérito ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso.
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Segundo o órgão, o processo deve ser relatado por Barroso porque Moraes já cuida de outros pedidos de investigação sobre o mesmo tema no Supremo, existindo o risco de "anulação futura" da apuração.
No relatório enviado ao STF, a PF alegou que a declaração de Bolsonaro incitou os espectadores da live a não tomar a vacina e descumprir normas sanitárias estabelecidas pelo próprio Governo.
A delegada Lorena Lima Nascimento, responsável pelo caso, pediu autorização do STF para indiciar Bolsonaro e o militar Mauro Cid, que ajudou o presidente produzir o material divulgado na live.
Relembre o caso
No fim de 2021, foi aberto o inquérito que investiga a declaração falsa de Jair Bolsonaro sobre a vacina da Covid e o risco de contrair. O inquérito foi determinado por Moraes, a pedido da CPI da Covid no Senado.
A notícia falsa foi divulgada pelo presidente durante uma live, já retirada do ar pelo Facebook, YouTube e Instagram.
Na época, Bolsonaro afirmou que relatórios oficiais do Governo do Reino Unido sugeriam que as pessoas totalmente vacinadas, portanto, imunizadas com as duas doses da vacina, "estariam desenvolvendo a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida [a aids] muito mais rápido que o previsto".
O chefe do Executivo foi alvo de críticas de políticos e cientistas, após disseminar a fake news.