Valores pagos via pix no Ceará sobem R$ 187 bilhões em 2024, diz Banco Central

Crescimento com relação a 2023 superou os 32% e evidencia confiabilidade do meio de pagamento, segundo especialistas

Escrito por
Luciano Rodrigues luciano.rodrigues@svm.com.br
Foto de celular aberto na página do Banco Central que mostra o nome Pix e a logomarca da plataforma de pagamentos
Legenda: Pix foi instituído em novembro de 2020
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

O Ceará fechou o ano de 2024 com alta de 32,45% nos valores pagos via Pix tanto por pessoas físicas (PF) quanto por pessoas jurídicas (PJ). No ano passado, foram desembolsados no Estado cerca de R$ 577 bilhões.

Os dados são do Banco Central do Brasil (BCB). Essas cifras incluem somente os 'valores pagadores', isto é, cifras que saíram do Ceará para outras contas bancárias, que podem ser ou não de cearenses.

Na comparação com o ano anterior, a alta foi de R$ 187 bilhões. Em 2023, os valores desembolsados a partir do Estado chegaram próximo dos R$ 390 bilhões, em uma série de sucessivas altas desde que o Pix foi implementado como método de pagamento no Brasil, em outubro de 2020.

"Desde o surgimento como nova forma de pagamento, o Pix bate recordes constantes de aumento de movimentações financeiras. Basicamente, é devido à facilidade de acesso, disponibilidade de possibilidades de movimentações, 24 horas por dia, sete dias por semana, à substituição do papel-moeda e também à inclusão bancária de muitas pessoas que antes não tinham acesso", define Ana Alves, economista, CEO da Anima Consultoria e colunista do Diário do Nordeste.

Esses valores também remetem às transações feitas por pessoas físicas, seja no caixa do supermercado ou na farmácia, quanto por pessoas jurídicas, incluindo pagamento de funcionários de empresas de variados portes.

  • Valores pagos via Pix por PFs e PJs no Ceará em 2023: R$ 389.662.338.443,93;
  • Valores pagos via Pix por PFs e PJs no Ceará em 2024: R$ 576.906.499.312,87.

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Seja no tradicional chaveiro, no pagamento da tapioca consumida no café da manhã ou até mesmo no supermercado, o Pix já faz parte da rotina dos cearenses e, por muitas vezes, substitui o dinheiro físico, como reforça Ana Alves.

"No Ceará em específico, o cearense incorporou o Pix no seu dia a dia. Hoje é utilizado por pequenos negócios, como venda de água de coco, tapioqueiras. O cearense, de fato, incorporou isso com uma nova forma de meio de pagamento, gerou a confiança nas movimentações e a facilidade, que também é significativa", explica.

Wandenberg Almeida, presidente do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), pondera que o método de pagamento traz maior eficiência em território cearense, contribuindo principalmente para ser uma força importante localmente.

"Traz maior dinamismo, estimula cada vez mais o consumo, favorece o crescimento econômico, aumenta a bancarização da população e, consequentemente, isso aumenta o nível de inclusão financeira no Ceará. Estamos em um estado pobre e. quando chega o Pix, as pessoas têm esse fluxo mais ágil e favorece a circulação maior de dinheiro", esclarece.

A economista Ana Alves também destaca que nem mesmo as recentes notícias divulgadas sobre uma possível taxação do Pix — o que é veementemente negado pelo Governo Federal — retiram a boa fama que o método de pagamento adquiriu nos últimos anos em todo o País, principalmente pela praticidade.

É um meio de pagamento que tem se demonstrado bastante confiável, prático e com inclusão bancária. Isso faz com que as pessoas consigam ter maior acesso a recursos, a movimentações e facilita o dia a dia de todos. Em movimentações de 24 horas por dia, 7 dias de semana, isso traz realmente uma adesão significativa e mostra confiabilidade também.
Ana Alves
Economista, CEO da Anima Consultoria e colunista do Diário do Nordeste

Mãos segurando celular para escanear Código QR sobre mesa
Legenda: Diante dessas novas regras, é fundamental que o contribuinte declare corretamente todas as fontes de renda à Receita
Foto: Shutterstock

Assim como a especialista, o presidente do Corecon-CE frisa que "o Pix não será taxado", ao contrário de polêmicas recentes sobre o tema, e enaltece o papel "transformador" do método, em especial para pequenos empresários.

"É um meio de pagamento, um método transformador e tem várias garantias. É importante que a população, principalmente de baixa renda, tenha a compreensão de que ele veio para contribuir com a economia, que ela se desenvolva cada vez mais e que as empresas, sobretudo os pequenos empresários, possam ter esse dinheiro mais rapidamente", enfatiza.

A tendência é de que, para os anos seguintes, o Pix ganhe novas funcionalidades, como pagamento por aproximação, agendado e ainda parcelado. Esse crescimento, porém, deve colocar gradativamente em desuso o dinheiro em espécie.

"Para este ano, deve ter o Pix por aproximação, já temos o agendado, vamos ter o parcelado. O BCB vem criando novas formas de que o Pix se torne de fato um grande aliado em todas as movimentações financeiras. A tendência é que, de fato, até o papel-moeda seja reduzido e provavelmente daqui a um tempo não exista mais", aponta Ana Alves.

"Está sendo pensado ainda no Drex, que é o Real digital. Já tem os estudos e testes para que isso ocorra. Trazer essa moeda para o meio digital é um movimento de vanguarda bastante significativo. Porém, como toda tecnologia, todos os usuários devem ter muito cuidado em relação a golpes, que também cada tipo de golpe inovador pode afetar o seu recurso imediatamente. Importante é ficar atento nas mudanças", classifica a especialista.

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