Saiba como se preparar para aproveitar a Black Friday 2019
Planejamento, pesquisa, atenção aos detalhes, tudo isso é fundamental para ter sucesso na busca por produtos realmente com preços promocionais
Depois de nove anos no Brasil, a Black Friday parece consolidada. Os descontos existem, mas é preciso planejar com antecedência o que se deseja comprar, o que precisa e quanto se pode gastar. Isso é vital para que os, inicialmente, preços atrativos não se tornem uma armadilha.
"Não gaste além do seu orçamento. Olhe o que necessita e tenha cuidado com o que pode pagar. Com esse planejamento o consumidor pode pesquisar o preço dos produtos que tem interesse. Às vezes, neste momento de Black Friday, as empresas aumentam o preço e depois dão um desconto grande. Aí não vale a pena o desconto. Veja o preço nas semanas anteriores para evitar a situação na qual a empresa dobra o valor e dá o desconto 'gigante'", alerta Thiago Fujita, presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da Ordem dos Advogados do Brasil Secção Ceará (OAB-CE).
Ricardo Bove, diretor e idealizador do Black Friday no Brasil, acredita que houve, no início do evento no País, uma confusão entre os participantes. Lembrando que aqui começou em 2010 e nos EUA existe desde os anos de 1960.
"Nos primeiros anos do evento, principalmente entre 2012 e 2014, por ser uma novidade, havia ainda bastante confusão sobre como funcionava a ação. Algumas medidas simples que ajudamos o mercado a adotar reduziram bastante isso, como por exemplo marcar claramente o que é oferta de Black Friday, seja com um selo especial ou com páginas exclusivas para a ação", afirmou Ricardo Bove.
Ele também comenta sobre a fama de maquiagem de preços que o evento ganhou por longos anos. "Vimos uma evolução grande na resolução, primeiro com uma atuação forte por parte dos órgãos reguladores como o Procon, e também uma maturidade do consumidor, pesquisando os preços antes e denunciando quando é necessário", completa.
Bove concorda com Fujita com relação à necessidade de planejamento para a Black Friday. "A principal dica é antecipação. Fazer uma lista do que quer comprar, pesquisar os preços, saber o quanto está disposto a gastar para não perder tempo no dia e quando achar a oferta certa. Essas são dicas importantes, pois os estoques normalmente são limitados", afirma, lembrando que o consumidor pode se cadastrar no site oficial do evento, e nos sites de lojas que já conhece e confia, para saber em primeira mão sobre os descontos.
"Cada vez mais as ofertas estão sendo antecipadas, seja durante novembro, ou já na quinta feira imediatamente anterior ao evento", explica o especialista.
Cuidados
Fujita dá outras dicas para o consumidor se prevenir e evitar problemas. A primeira é com relação ao frete para compras online. Costuma haver uma concentração de vendas nesse período, em sites de e-commerce (apesar de lojas físicas trazerem boas oportunidades também). É mais fácil para o consumidor pesquisar e comprar via Web.
Porém, Fujita alerta para o cuidado com o valor do frete. "Sempre que a compra é feita pela internet muitas lojas cobram frete para entregar o produto na residência. Um frete muito alto pode tirar a vantagem da compra", alerta.
Outro ponto importante para atentar, indica o presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB-CE, é para "promoções milagrosas". "Muito cuidado com promessas de descontos de 80% a 90%, por exemplo. Apesar de ser um momento de bons preços, muitas vezes pode ser que o produto nem chegue ao destino por várias questões, como um golpe ou por a empresa não conseguir cumprir a oferta", observa.
O advogado também sugere que o consumidor procure informações sobre a loja onde está comprando. "É importante verificar a reputação da empresa. É preciso conhecer a loja indo a locais como Reclame Aqui, Procon, Decon, relatórios do Sistema Nacional do Consumidor", indica.
Arrependimento
Fujita lembra ainda que o consumidor tem o direito de desistir do negócios que fez. "Depois de comprar pela internet e chegar o produto, o comprador tem até sete dias para se manifestar o seu arrependimento", afirma.
Além de tudo isso, é fundamental que se conheça outras ferramentas que podem ajudar no pós-venda. Pode-se usar as redes sociais ou os "0800" das próprias empresas. Outra forma que costuma dar resultado é reclamar via site Consumidor.Gov.Br..
Se a empresa onde foi feita a compra estiver registrada, há grandes chances de se resolver, amigavelmente, o problema, de forma rápida e fácil, sem sair de casa. Caso não seja consiga por essa via, procure instituições como o Procon ou o Decon.
Armadilhas
Os cibercriminosos não deixariam de tentar se aproveitar nesta época de compras. É aí que entra em cena um golpe chamado de "Phishing", que é quando criminosos tentam "pescar" suas informações com iscas via e-mail, mensagens de WhatsApp ou mesmo sites falsos.
"Durante o período de promoções, o número de ataques direcionados a consumidores de compras e sistemas de pagamento online aumentam consideravelmente. Nossas estatísticas indicam que, nesta época, o phishing financeiro representa um adicional de 10% do total de ataques", afirma nota da empresa de softwares de segurança Kaspersky.
Por fim, planeje e avalie se a compra é necessária para o gasto de fim de ano não prejudicar o orçamento em 2020.