Produção industrial cearense tem pior resultado desde abril de 2020 e registra queda de 15,5%
Dados do IBGE são referentes a março deste ano em comparação com abril de 2021. No acumulado dos últimos 12 meses, o Ceará também registra queda, de 4,4%
O mês de março não foi positivo para a indústria cearense. O setor, no Estado, registrou o pior resultado proporcional em todo o País de acordo com a Pesquisa Mensal da Indústria (PIM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Conforme o estudo, a indústria cearense teve uma queda de 15,5%, ficando mais de 13 pontos percentuais acima da média nacional.
O resultado representa a maior queda desde abril de 2020, quando o Estado havia registrado um recuo de 35,2%. A comparação foi feita, com ajustes sazonais, com mês imediatamente anterior (abril 2021).
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Apesar do resultado negativo, o Ceará ainda acumula uma alta de 6,5% no acumulado de 2021 até março ante igual período de 2020. O IBGE também indica uma evolução para a produção industrial no Estado em março quando a comparação é feita ante igual mês de 2020. A análise dos dados aponta alta de 9,9%.
Contudo, nos últimos 12 meses, o resultado acumulado da indústria cearense é de queda de 4,4%.
Ainda segundo o IBGE, houve queda em nove dos 15 estados analisados. A soma das unidades da Federação resultou em uma redução de 2,4% da produção industrial nacional.
No Ceará, conforme a avaliação do gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, a piora do nível de produção da indústria tem relação com o desempenho de quatro segmentos específicos.
“A queda tem influência direta do comportamento dos setores de couros, artigos para viagens, calçados, além do setor de bebidas”, disse.
Resultado nacional
Já em relação à média do País, Almeida apontou que o resultado tem relação com recrudescimento da pandemia em vários estados, o que levou à decisão de reforçar as medidas de isolamento pelos governos locais.
“É um impacto direto da pandemia na atividade industrial”, explicou.
Além do Ceará, Rio Grande do Sul (7,3%), Bahia (6,2%), Rio de Janeiro (-4,7%), a Região Nordeste (-4,2%) e Pernambuco (-2,8%) registraram recuos mais intensos do que a média nacional (-2,4%).
Já os estados de Mato Grosso (-2,0%), Santa Catarina (-1,0%) e Paraná (-1,0%) também apresentaram desempenhos negativos.
Desempenho positivo
Pelo lado do crescimento, o estado de Amazonas apresentou o maior avanço (7,8%) e maior influência positiva na média nacional.
"Após três meses com resultados negativos, com 16,6% de perda acumulada, o estado do Norte teve um crescimento graças ao setor de outros equipamentos de transportes e às indústrias de bebidas", disse Almeida.
Já São Paulo, que apresentou a menor alta entre os seis locais com resultados positivos, foi a segunda maior influência positiva para março no País. Segundo o gerente da pesquisa, isso tem relação com "o tamanho e a importância da indústria paulista para a economia nacional".
Pará (2,1%), Goiás (1,6%), Espírito Santo (1,5%), Minas Gerais (1,7%) completam os locais de altas do mês.