O que muda no financiamento de casa e carro com o aumento da taxa Selic

O Banco Central aplicou nova alta na taxa básica de juros, chegando a 12,75%

Escrito por Lívia Carvalho , livia.carvalho@svm.com.br
Imóveis Fortaleza
Foto: Fabiane de Paula/SVM

A décima alta consecutiva da Selic, taxa básica de juros, no Brasil vai impactar o mercado financeiro. O Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), aplicou nova alta nessa quarta-feira (4), chegando a 12,75%. Com isso, os financiamentos e cartas de créditos, por exemplo, devem sofrer com a alta do índice.  

Dessa forma, o economista e conselheiro do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), Ricardo Coimbra, aponta que este não é um bom um momento para quem quer contratar uma nova operação de financiamento.

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“À medida que temos elevações constantes da taxa Selic os financiamentos são reposicionados pelas empresas, então o que tende a acontecer é uma elevação do custo final da aquisição do veículo ou imóvel”, explica.  

De acordo com Coimbra, a cada 1% de elevação da Selic, pode gerar uma alta de 2% a 4% no custo global do produto adquirido por meio de financiamento por um cliente. Esse aumento é variável, pois a taxa de juros pode ser diferente para cada cliente.  

Além disso, independentemente da taxa escolhida pelo cliente para atrelar o financiamento, os valores pagos são atingidos.  

Existem algumas operações que são vinculadas a processos de negociação, então algumas composições de taxas têm uma taxa fixa com uma variável. A depender da repercussão no fixo, pode ser que não seja um impacto instantâneo da Selic, enquanto a variável deve aumentar de forma mais instantânea”. 
Ricardo Coimbra
economista

Retração no mercado 

Coimbra destaca que isso deve gerar uma consequência para o mercado com o aumento do preço dos imóveis, então o esperado é que haja uma retração nos próximos meses.  

“Como são financiamentos mais longos, principalmente os imobiliários, à medida que tem uma elevação da taxa de juros, faz com que o volume de juros seja maior, como consequência você deve ter, nesse momento, um impacto sobre a comercialização no segmento", diz.   

O economista acrescenta a tendência é ainda de aumento nas próximas reuniões, então o ideal é que os consumidores interessados em adquirir um imóvel ou carro aguardem.  

"A mais ou menos daqui 43 dias vamos ter uma nova reunião do Copom com uma provável nova elevação da Selic. Quando essa tendência começar a se reverter, pode ser favorável fazer esse investimento”, conclui.  

  

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