Com aumento da Selic, quais investimentos valem a pena?
Copom aplicou décima alta consecutiva da taxa básica de juros, chegando a 12,75%
Com o décimo aumento seguido da taxa básica de juros do Brasil, a Selic, o cenário de investimentos no país é impactado. Os ativos de renda fixa, por exemplo, estão mais vantajosos que os de renda variável.
O Banco Central, por meio do Comitê de Política Monetária (Copom), aplicou nova alta na Selic nessa quarta-feira (4), chegando a 12,75%, o maior patamar desde fevereiro de 2017 (13%), e a tendência é de que a taxa continue subindo.
Veja também
O economista Fabio Louzada aponta que os ativos pós-fixados, ou seja, aqueles investimentos em que se sabe previamente a taxa de remuneração, mas não o valor de resgate, são os ideais para o momento.
Como os juros subiram forte e devem continuar subindo, a ideia agora são os ativos pós-fixados que acompanham os juros. Esses investimentos vão estar fazendo cerca de 1% ao mês com risco baixíssimo”.
Investimentos vantajosos
Entre as opções de investimentos vantajosos com a alta da Selic estão os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), o Tesouro Selic, os LCIs (Letras de Crédito Imobiliário).
A poupança, embora menos vantajosa que as demais de renda fixa, se torna uma opção, já que quando a Selic está em até 8,5%, a rentabilidade fica em 70% da taxa básica. Acima disso, que é o caso atual, a rentabilidade fica em 6,17% ao ano + TR (taxa referencial).
“Outro ativo que vejo como atrativo é a NTN-B (Nota do Tesouro Nacional tipo B) que está com um preço bem atrativa. A taxa está em torno de IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) + 5,5%. Se deixar esse recurso até o vencimento, você consegue todo esse retorno”, destaca.
Por isso, o economista orienta que o ideal é buscar ativos que você possa abrir mão de risco de crédito.
"Em vez de pegar um CDB de um banco grande com taxa menor, buscar CDB de bancos menores com taxas maiores, pois alguns estão rendendo de 115% a 120% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário)".
Pré-fixados e ações
Já no caso dos ativos pré-fixados, quando se sabe exatamente o valor de retorno desde que o resgate seja feito no prazo estipulado pelo investidor, o economista orienta que o ideal é aguardar um pouco.
"Esses investimentos vão sofrer um pouco no curto prazo, já que os juros devem seguir subindo, mas no segundo semestre é uma boa oportunidade de entrada nos pré-fixados pensando também no começo de 2023. É importante acompanhar, como um CDB pré-fixado, um tesouro nacional", diz.
Louzada pondera ainda que, no cenário da renda variável, o momento é de cautela. “Quanto maior os juros, mais investimentos tendem a sair da bolsa, então a renda fixa se torna mais vantajosa".
“A gente pode colocar nessa classe de benefício também o dólar, porque tende a subir já que os investidores buscam 'abrigo' em moeda forte, e a taxa de juro não está valendo a pena para os investidores lá de fora, o faz com que o dinheiro saia da nossa economia e enfraquece o real”, acrescenta.
Renda fixa
- Títulos atrelados à Selic
- Títulos atrelados ao IPCA (índice de inflação)
- CDBs
Renda variável
SETOR QUE SE BENEFICIA COM JUROS ALTO
- Financeiro (Bancos e seguradoras)
SETORES QUE PERDEM COM JUROS ALTO
- Consumo e Varejo
- Imobiliário
- Empresas de crescimento, principalmente setor de tecnologia