O que explica os recordes consecutivos da Bolsa e o que esperar da economia no Brasil e no Ceará?
No ano passado, a B3 registrou consecutivas elevações
Com o melhor resultado dos últimos quatro anos em 2023, a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) deve seguir em alta ao longo de 2024, conforme analistas. Nem mesmo a queda de 1,11% no primeiro pregão do ano, nesta terça-feira (2), influenciada pela expectativa em relação às decisões sobre a taxa de juros nos EUA, muda essa perspectiva.
Um conjunto de fatores explica esse bom humor recente do mercado acionário e as boas expectativas.
No ano passado, o Ibovespa, principal índice da B3, bateu recordes históricos, subindo 22,28% e chegando a 134 mil pontos, valor não alcançado desde 2019. Segundo o professor da Universidade de Fortaleza (Unifor), Ricardo Coimbra, esse crescimento significativo demonstra um processo de recuperação dos indicadores macroeconômicos.
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“O ritmo de crescimento da economia brasileira foi acima daquilo que se esperava no início de 2023. Isso ocorreu em função da melhoria do quadro da inflação e das taxas de juros, com tendência de quedas ao longo de 2024”, avalia.
Outro ponto, acrescenta, é a melhoria do mercado internacional, também com projeção de baixa desses indicadores nos Estados Unidos e na Europa, além do crescimento previsto para a China.
No cenário local, tem a aprovação do novo marco fiscal, reforma tributária e tendência de redução da dívida.“Toda essa conjuntura macroeconômica mostra uma tendência positiva, e o mercado de capitais mensura essa perspectiva de melhora”, enfatiza.
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“Na medida em que há um indicativo melhor para o setor produtivo, a precificação das ações das companhias deve melhorar. Nesse sentido, tende a ter a continuidade da recuperação da Bolsa para o ano de 2024, com uma certa estabilização do câmbio, gerando cenário de melhoria nos segmentos econômicos”, projeta.
No ano passado, a Bolsa registrou consecutivas elevações. Para se ter ideia, no dia 14 de dezembro, a Ibovespa atingiu a maior pontuação nominal da história (130.825 pontos), ultrapassando o pico registrado em 7 de junho de 2021, até então a sua maior pontuação nominal.
Já no último pregão do ano, houve leve queda de 0,01%, aos 134.185 pontos, mas manteve alta de 22% em 2023.
O que esperar para o Ceará
Coimbra também é otimista em relação ao Ceará, apesar do risco de um “super El Niño” ameaçar os resultados do agronegócio cearense. Por outro lado, lembra, a expectativa é de alta dos setores industrial e de serviços.
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O conselheiro consultivo do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Ceará (Ibef-CE), Luís Eduardo Fontenelle Barros, pondera que, no cenário nacional, algumas negociações "podem dar errado" no Congresso, como a derrubada de vetos.
“Mas o Ceará também está conseguindo se ajustar politicamente, estamos caminhando bem, conseguindo atrair empresas”, observa.
“Eu acho que o Ceará deverá ter um bom ano em 2024, e o Brasil também, assim esperamos…. Porque a tendência está positiva para o Brasil. Só depende de nós aproveitarmos essa onda ou não”, completa.