Nova construtora assume Anel Viário e retoma obras lentamente

Consórcio responsável pelas obras foi recomposto após saída de empresa em recuperação judicial. Com chuvas e regras para reinício das atividades frente à pandemia, o efetivo de volta ao canteiro foi reduzido em um terço

Escrito por Carolina Mesquita , carolina.mesquita@svm.com.br
Legenda: Novos trechos da rodovia devem ser liberados nas próximas semanas, prevê SOP
Foto: FOTO: KID JUNIOR

Paralisadas desde o fim do ano passado, as obras do Anel Viário - que têm mais de dez anos de história - foram retomadas. Isso porque a Cosampa Projetos e Construções assumiu em maio o posto de sócia majoritária do consócio responsável pela duplicação da rodovia Quarto Anel Viário após a Souza Reis entrar com pedido de recuperação judicial. De acordo com a Superintendência de Obras Públicas (SOP), a nova construtora já assumiu os canteiros.

Com as chuvas e medidas de isolamento social na pandemia, o efetivo de trabalho foi reduzido em um terço, atualmente com 160 funcionários. "O ritmo do andamento foi afetado pela redução de equipes em função da pandemia do novo coronavírus, pelas chuvas do semestre e pela transição da liderança do consórcio, mas a estimativa é que novos trechos da rodovia sejam liberados nas próximas semanas", informou a SOP.

Os trabalhos se concentram para agilizar a liberação de tráfego na área dos viadutos nos entroncamentos com as CEs 040, 060 e 065. Segundo o órgão, ainda não há uma nova previsão de conclusão da duplicação, mas novo cronograma, estabelecido junti ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), será divulgado.

A instituição também não divulga percentual de execução da obra. A justificativa é que, devido às rescisões de contratos e aditivos, a porcentagem atual é relativa ao que ficou remanescente do contrato anterior, o que não refletiria o real estágio do projeto.

Consórcio

A inclusão de mais uma integrante no consórcio após a saída da Souza Reis foi a solução encontrada pelo Governo do Estado para não realizar uma nova licitação do zero - o que prolongaria ainda mais a conclusão da obra que já dura mais de dez anos. A medida foi autorizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em janeiro.

A superintendente do Dnit no Ceará, Liris Campelo, ressalta que os recursos federais para o projeto já foram repassados no ano passado. "São cerca de R$ 257 milhões. Nós temos um termo de convênio com o Estado. Repassamos os recursos, eles fazem a obra e depois prestam conta", explica a superintendente.

O novo contrato com o consórcio, que agora é formado pela Cosampa Projetos e Construções, Jurema, Souza Reis e Geosistemas, tem valor de R$ 40,5 milhões, menos que os R$ 47 milhões previstos anteriormente pelo titular da SOP, Quintino Vieira.

Prejuízos

O presidente da Câmara Setorial de Logística (CSLog) e do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística do Ceará (Setcarce), Marcelo de Holanda Maranhão, revela ter boas expectativas com conclusão do imbróglio. "Mas retomada efetiva das obras ainda não se vê", pontua. Ele ainda demonstra preocupação com a situação após o retorno completo das atividades econômicas no Estado.

"Com a retomada parcial, já tem ficado difícil trafegar. Precisamos de agilidade nas obras", ressalta. Ele estima que o prejuízo do setor de transporte com a precariedade do Anel Viário gire em torno de 25% a 30%, com aumento do custo de manutenção e redução da produtividade.

O presidente da Associação Empresarial Das Indústrias (Aedi), Mozart Martins, que representa as empresas do Complexo Industrial de Maracanaú, pondera que, com as chuvas e o ritmo lento das obras, as condições na rodovia ficaram ainda piores. "Ainda não têm acessos nem retornos, a buraqueira aumentou pelas constantes chuvas. Está muito mais complicado que antes".

 

 

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