Meirelles: 'empresas levam tempo para voltar a contratar'
Brasília. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou ontem (20) que a economia brasileira está se recuperando, mas as empresas demoram para voltar a contratar. Por isso, disse ele, os índices de emprego e da atividade econômica continuam piores que os registrados antes do início da crise.
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A fala de Meirelles ocorre pouco depois de a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado rejeitar a reforma trabalhista. O texto será votado ainda pela Comissão de Constituição e Justiça da Casa, antes de ir para o plenário. "Como o Brasil está saindo da pior recessão da história, atividade e emprego seguem abaixo dos níveis pré-crise. Existem sinais de recuperação da agricultura, indústria, varejo e serviços, que marcam o início de uma trajetória de crescimento. Como em todas as economias, as empresas levam algum tempo para voltarem a contratar novos trabalhadores e reduzir a taxa de desemprego", disse o ministro.
Após a divulgação dos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com a criação de 34.253 postos de trabalho com carteira assinada no mês passado, Meirelles comentou, no Twitter, que "este número confirma nossas previsões de uma recuperação gradual do emprego". "Na retomada do crescimento, a economia demanda algum tempo para atingir o nível de emprego que desejamos. O importante é que o rumo está certo", completou.
Esse foi o segundo resultado positivo seguido e o primeiro para meses de maio desde 2014, quando foram abertas 58,8 mil vagas. Nos cinco primeiros meses de 2017, há uma abertura de 48.253 postos de trabalho com carteira assinada. Em 12 meses, porém, há um fechamento de 853.665 vagas.
Recuperação
O resultado positivo de maio reforça a percepção de retomada da atividade, avaliou o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira. "Podemos constatar que economia volta a dar sinais de recuperação, e a geração de empregos é um indicador que mostra isso".
O ministro afirmou ainda que o governo trabalha para manter a tendência de alta no emprego e ressaltou que, dos cinco primeiros meses do ano, houve resultado positivo em três (fevereiro, abril e maio). Mas Nogueira reconheceu que projetar agora um saldo positivo para o ano é prematuro. No acumulado do ano até maio, o Caged mostrou abertura de 48,5 mil vagas, um número melhor do que em igual período de 2016 (-448.011). "Dá pra comemorar isso, é sinal de que economia se estabiliza, emprego volta a dar sinais de recuperação". Em maio, quatro dos oito principais setores geraram vagas. "Acreditamos que a economia se consolida mês a mês, e os setores vêm apresentando sinais de recuperação. Mesmo aqueles que apresentaram resultados negativos, na comparação com o mesmo período de 2016 e 2015, os números são menores".