Ibovespa cai pela 13ª vez, na maior sequência de quedas desde 1968

Não há registro de série de quedas desde a criação do índice

Escrito por Estadão Conteúdo ,
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Legenda: O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, teve 13º pregão de queda consecutivo
Foto: Agência Brasil

O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, fechou em queda nesta quinta-feira (17). Este é o 13º pregão consecutivo de perdas.

Não há registro de uma sequência tão longa de quedas desde a criação do Ibovespa, em 1968. A sequência anterior foi de 12 pregões consecutivos, de 26 de maio a 11 de junho em 1970.

Nesta quinta, fechou em baixa de 0,53%, aos 114.982,30 pontos, agora no menor nível de encerramento desde 6 de junho (114 610,10). Em agosto, o índice acumula perda de 5,71%, limitando o avanço do ano a 4,78% - no fim de julho, estava em 11,13% para 2023, então bem perto dos 122 mil pontos.

O giro desta quinta-feira ficou em R$ 27,4 bilhões, ainda relativamente alto para o padrão recente, após ter sido muito reforçado na quarta pelo vencimento de opções sobre o Ibovespa.

Entre as ações de maior peso na B3, o setor financeiro foi o vilão - ou protagonista - para que o Ibovespa alcançasse a nova marca, com os grandes bancos mais uma vez em bloco no negativo, à exceção de BB (ON +0,93%).

Cautela do mercado

Desde a última quarta-feira (16), a cautela externa foi reforçada pelos sinais que chegaram da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).

"A ata deu pistas sobre a possibilidade de a taxa de juros dos Estados Unidos voltar a subir em setembro", diz Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos. "Certos trechos da ata foram considerados importantes, com alguns dirigentes considerando a inflação em nível um pouco alto, ainda inaceitável, e que é preciso mais evidências para acreditar que as pressões sobre os preços estão perdendo força. O que pode exigir novos aumentos de juros", acrescenta.

Além dos temores relacionados à possibilidade de aumento adicional nos custos de crédito na maior economia do mundo, o mercado segue atento também à China, especialmente pela exposição que o Brasil e a B3 têm a commodities. Nos Estados Unidos, o destaque desta quinta ficou por conta dos rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro norte-americano, que atingiram o maior nível em 15 anos.

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No mês, com a queda de 5,71% acumulada até aqui pelo Ibovespa, e avanço de 5,33% para o dólar frente ao real, o índice retrocede agora a 23.082,32 pontos, comparados ao final de julho quando, na moeda americana, chegou ao patamar de 25 783,48 pontos.

Em 2023, em dólar, após ter atingido, no final do primeiro trimestre, os 20.100.65 pontos, o Ibovespa foi a 21 355,22 pontos no fechamento de maio e, no fim de junho, chegou aos 24.654,87 pontos, refletindo então não apenas o avanço nominal do índice da B3 naquele mês, de 9%, mas também a apreciação do real frente ao dólar no período.

Um ano atrás, na moeda norte-americana, o Ibovespa havia fechado julho de 2022 a 19.937,90 pontos, e no mês seguinte, um agosto de recuperação (em que havia avançado 6,16% em termos nominais), o índice foi aos 21.056,01 pontos - pouco mais de 2 mil pontos abaixo do nível em que se encontra agora, em dólar.

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