Funerárias devem investir até R$ 15 mil com programação online

Para evitar aglomerações nos cemitérios, como geralmente ocorre no Dia de Finados, empresas tiveram que adaptar a programação para que as pessoas possam prestar homenagens a amigos e familiares, neste ano, de forma virtual

Escrito por Redação ,
Imagem de mulher no túmulo de parente no Dia de Finados no Cemitério Parque da Paz
Legenda: Orientações sobre o uso da máscara e do distanciamento serão dadas a quem preferir ir aos cemitérios
Foto: Kid Júnior

Marcado pelas homenagens póstumas a entes queridos, o Dia de Finados, celebrado nesta segunda-feira (2), deve ser realizado de uma maneira diferente em 2020. Em razão da pandemia de Covid-19, 90% das funerárias do Ceará oferecerão uma programação online para amparar as pessoas que tinham o objetivo de ir aos cemitérios fazer as tradicionais visitas a amigos e familiares que já se foram. Desta forma, as empresas do Estado devem investir entre R$ 5 mil e R$ 15 mil com as equipes de filmagem, música, padres, pastores e transmissão ao vivo nas redes sociais, segundo estimou o Sindicato das Empresas Funerárias do Ceará.

A presidente da entidade, Mayra Grisolia, ressalta que o investimento busca oferecer a melhor experiência aos familiares, já que atualmente a orientação é para que as pessoas não vão aos cemitérios, para evitar aglomerações, como fala o decreto emergencial do Governo do Estado.

"Este ano será muito diferente. Nós nunca pensamos que passaríamos um Dia de Finados assim, em meio a uma pandemia. Hoje em dia, nós temos 33 filiados ao Sindicato das Empresas Funerárias, em Fortaleza, Região Metropolitana e interior. Destas, 90% vão oferecer programação online, gastando entre R$ 5 mil e R$ 15 mil com bandas, padres e pastores, filmagem, equipe técnica e transmissão ao vivo, entre outros", afirma.

Segundo ela, para as pessoas que ainda assim prefiram ir aos cemitérios, as equipes reforçarão a importância do uso da máscara de proteção facial e do distanciamento. "Apesar de ser uma data (comercialmente) estratégica, dar aos visitantes a opção de ficar em casa foi uma questão de conscientização da nossa parte. Creio que isso, de fazer a programação online, veio para ficar. Ninguém melhor que nós sabe o que passamos em abril e maio (quando houve no Ceará o pico de mortes pela Covid-19)", diz a presidente.

Modernização

Para oferecer o melhor serviço aos clientes, pontua Mayra Grisolia, nos últimos anos, as empresas têm se modernizado mais, dando o suporte necessário às famílias no momento da partida de um ente querido, seja na informatização dos processos ou dando mais opções de crematórios e cerimônias de despedida.

"O nosso foco é na humanização dos serviços, e esse é um valor que buscamos desenvolver ano a ano. A humanização está presente desde a forma como lidamos com as famílias, as palavras que usamos, a disponibilidade de amparar e ajudar até em oferecer mais conforto. E ainda a realização de grupos de apoio, missas e todo um amparo psicológico", destaca.

Por esse motivo, algumas celebrações têm preços mais altos que outras, dependendo dos serviços que são ofertados, que podem ser desde um funeral simples (velório + enterro) até outras homenagens mais sofisticadas, como pétalas de flores jogadas de um helicóptero, banda, livrinhos e lembranças. Os preços, segundo ela, dependem do pacote contratado pela família, mas varia entre R$ 1,2 mil e R$ 9 mil.

Plano

"Tem várias questões que interferem nesse valor desde urna mortuária escolhida, ornamentação, estrutura de velórios muitos outros fatores. Quando a família já paga um plano, normalmente ele cobre todas as despesas. As pessoas viram que ele é importante", salienta.

Segundo a presidente da entidade, há pessoas que têm "preconceito" quando o assunto é morte ou luto. O motivo, explica, é ligado a questões culturais antigas, que, de acordo com Mayra Grisolia, são respeitadas pelas empresas, que buscam que as pessoas superem a barreira por meio de informação.

Plataforma digital

Desta forma, algumas funerárias, conta a presidente, têm plataformas digitais para tratar sobre os temas de uma forma mais leve, visando "quebrar o tabu" que há sobre esses temas.

"Nós vimos que a pandemia fez com que as pessoas valorizassem os nossos planos preventivos e a aquisição de jazigos familiares, pois, no momento mais grave da crise sanitária, nós ampliamos a nossa capacidade, e as famílias enlutadas foram bem amparadas", ressalta.

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