Dólar dispara após vitória de Donald Trump nas eleições americanas

Bolsas de valores subiram e bitcoin bateu recorde após divulgação de vitória

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(Atualizado às 09:43)
donald trump aponta para o lado. perto dele, apoiadores aplaudem
Legenda: Pouco se sabe sobre a futura administração Trump, mas o mercado já reagiu à notícia de vitória
Foto: Jim WATSON / AFP

O dólar disparou, as bolsas de valores subiram e o bitcoin bateu recorde nesta quarta-feira (6), após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Segundo analistas, a volta do republicano à Casa Branca poderá reacender a inflação. 

"Até agora, os mercados seguem o mesmo cenário da vitória de Trump em 2016: as ações sobem enquanto os títulos do Tesouro americano de longo prazo são vendidos em antecipação à expansão fiscal", observou Gordon Shannon, gestor de carteira da TwentyFour Asset Management, à AFP. A atenção dos mercados deveria "concentrar-se nas consequências inflacionárias das tarifas e da redução da imigração", acrescenta.

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O dólar subiu em relação à maioria das outras moedas. Por volta das 10h55 (horário local), subia 1,66%, a US$ 1,0751 por euro. O Dollar Index, que compara o dólar a uma cesta de moedas, atingiu seu nível mais alto desde o início de julho, em 105.311 pontos.

Ao mesmo tempo, "no México, a preocupação com possíveis aumentos nas tarifas afunda o peso", comentam os analistas do Saxo Bank. A moeda mexicana perdeu 2,68%, para 20,65 pesos por dólar.

Bitcoin em nível recorde e bolsas surpreendendo

O bitcoin registrou um aumento de 6,86%, a 73.905 dólares (R$ 427 mil), depois de ter alcançado um novo recorde de 75.371,67 dólares (R$ 435 mil), encorajado pela perspectiva de flexibilização regulatória em caso de vitória definitiva de Donald Trump.

Wall Street se preparou, no começo da manhã, para abrir em alta, de acordo com os contratos futuros de índices de ações, que dão uma indicação das tendências antes do início da sessão. Por volta das 8h55, pelo horário de Brasília, o índice Dow Jones ganhava 2,95%, o índice ampliado S&P 500 avançava 2,30% e o Nasdaq, índice de ações de tecnologia, 1,76%, segundo esses contratos futuros.

As ações da Tesla subiram quase 15% nesta quarta-feira nas negociações anteriores à sessão de Wall Street, impulsionadas pelo apoio do seu proprietário, Elon Mask, a Donald Trump. 

Pouco se sabe sobre a futura administração Trump, mas o novo presidente já declarou que confiaria a responsabilidade de uma auditoria ao Estado americano a Elon Musk, que gastou mais de 110 milhões de dólares (R$ 636 milhões) da sua fortuna na campanha do republicano.

Nas bolsas europeias, os índices estão em alta: Paris avançava 1,39%, Frankfurt 0,84%, Milão 0,62% e Londres 1,25%. Por outro lado, Madri recuava 1,72%. 

"Esta reação é surpreendente e contraintuitiva com o retorno de Trump", comentou Alexandre Baradez, chefe de análise de mercado da IG France. Isso ocorre porque "com a chegada de Donald Trump à Casa Branca, os produtos europeus poderão enfrentar grandes desafios, já que o presidente indicou claramente que iria impor tarifas significativas", explica John Plassard, especialista em investimentos da Mirabaud

O republicano quer aumentar a tarifa entre 10% e 20% para todos os produtos que entram nos Estados Unidos e até 60% para os que vêm da China, inclusive 200% para alguns tipos de mercadorias.

Aumenta o rendimento da dívida

No mercado secundário de títulos, onde se troca a dívida já emitida, as taxas de juros da dívida pública americana a 10 anos subiam 4,44% por volta das 7h55 (no horário de Brasília), contra 4,27% no fechamento do dia anterior, e a dois anos a taxa subiu para 4,26%, ante 4,18%. 

Isso é um sinal de que o mercado espera "um crescimento mais forte e talvez uma inflação mais elevada", uma combinação que poderá "desacelerar, ou mesmo interromper, os cortes de taxas planejados pelo banco central dos EUA [Fed]", afirma Stephen Dover, diretor do Franklin Templeton Institute. A próxima reunião das autoridades do Fed acontecerá na quarta e quinta-feira. 

Em Wall Street, os bancos americanos registraram fortes subidas, incentivados pelo aumento das taxas de juros da dívida pública. JP Morgan ganhou 6,63% nas negociações pré-sessão; Bank of America, 7,93%; Citigroup 8,21%; Goldman Sachs, 7,01% e Wells Fargo, 8,62%.

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