O Desenrola Brasil, programa anunciado pelo Governo Federal para negociação de dívidas, já vem mostrando efeitos no endividamento dos cearenses. De acordo com dados divulgados pela Serasa nesta terça-feira (25), 45.253 consumidores já regularizaram débitos no Estado desde o lançamento do programa.
Os dados consideram a primeira semana de negociações do programa, de 17 a 23 de julho. Ao todo, foram cedidos R$ 107.011.662 em desconto para os cearenses.
O número de negociações teve alta de 76,61% na comparação com o período entre 19/6 e 25/6. Os descontos cedidos cresceram em 114,22%.
Negociações em todo o País
Considerando o contexto nacional, houve um crescimento de 62% nas negociações com bancos no aplicativo Serasa Limpa Nome, comparando a semana de julho à de junho. Ao todo, foram 1.198.147 negociações.
Também houve um aumento no volume dos descontos concedidos pelos bancos, na casa de 97%. Em junho, foram cedidos R$ 494.377.138 e em julho, R$ 973.996.026.
“Além dos bancos, todos os segmentos tiveram alta expressiva que começou desde o início do programa Desenrola Brasil. Isso faz parte de um movimento geral, refletindo todos os segmentos”, pontua o diretor do Serasa, Matheus Moura
De acordo com o Serasa, 1.542.989 dívidas de até R$ 100 com bancos foram desnegativadas na primeira semana do Desenrola Brasil. O birô de crédito contabiliza que 13.451.754 dívidas foram desnegativadas na Serasa nos primeiros 20 dias de julho, um crescimento de 9% em relação ao mês anterior.
Mapa da inadimplência
O Serasa contabiliza que houve um recorde de dívidas negativadas em maio, na casa de 71,9 milhões. Em junho, mesmo antes do Desenrola Brasil, houve uma queda para 71,5 milhões.
As principais dívidas são bancos/cartões (31,1%), utilities (22,1%), financeiras (15,2%), varejo (11,4%), serviços (10,6%) e telefonia (4,8%).
“As dívidas do cartão não são as mais priorizadas no momento de decisão, mas são as que mais crescem, vira uma bola de neve”, chama atenção Matheus Moura.
De acordo com os dados do Mapa da Inadimplência do Serasa, o total de inadimplentes correspondiam a 43,78% da população adulta do País em junho. No Ceará, o índice de inadimplência ficou acima da média nacional ao atingir 45,50%. O total de cearenses endividados é de 3.175.459, cujas dívidas somam mais de R$ 12.3 bilhões.
Desenrola Brasil
Dúvidas Frequentes
É uma iniciativa do Governo Federal para renegociação de dívidas da população brasileira.
O programa já está em funcionamento a partir desta segunda-feira (17). Neste primeiro momento, as negociações envolvem apenas os contemplados na faixa 2 e a limpeza do nome de pessoas com dívidas em instituições financeiras de até R$ 100. Entre agosto e setembro, acontecerão os leilões dos débitos dos devedores inclusos na faixa 1.
Pessoas com renda até R$ 20 mil reais mensais e dívidas - bancárias ou não - abertas entre 1º/01/2019 e 31/12/2022.
As dívidas funcionarão como um leilão: as empresas credoras oferecerão descontos para o consumidor, e serão priorizadas aquelas com as melhores condições. Tudo deve ser feito através da página do programa na plataforma gov.br, mediante cadastro e preenchimento de formulário de adesão.
Sim. As pessoas que têm dívidas com bancos de até R$ 100 reais deixarão de constar na lista de devedores em serviços de proteção ao crédito. O débito, no entanto, continuará existindo. Com o nome limpo, os consumidores poderão pedir empréstimos, abrir crédito em instituições financeiras ou até mesmo no atacado e no varejo
Nas normas estabelecidas pelo Governo Federal, nenhum consumidor ficará livre da dívida. O programa foi criado para facilitar a renegociação de débitos já existentes com instituições financeiras e limpar o nome de devedores, abrindo possibilidades de créditos.
Todas as dívidas bancárias, independente da renda do consumidor. A depender da faixa em que cada devedor esteja incluído, débitos como água, luz, telefone e varejo também podem entrar na renegociação
O programa terá três faixas de negociação de acordo com a renda e o débito do consumidor. Todos os débitos junto a bancos, das pessoas contempladas, podem ser renegociados.
Faixa 1 é onde estão mais de 40 milhões de brasileiros. As pessoas com renda até dois salários mínimos mensais (R$ 2.640) ou inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) podem renegociar os débitos, de bancos ou não, cujo valor somado não ultrapasse R$ 5 mil reais.
Todas as transações estarão isentas de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e dentro do FGO (Fundo de Garantia de Operações).
As de crédito rural, financiamento imobiliário, créditos com garantia real, operações com funding ou risco de terceiros
As renegociações desta faixa envolvem exclusivamente pessoas com renda acima de dois salários mínimos (a partir de R$ 2.641) até R$ 20 mil mensais e que têm dívidas com instituições financeiras. Os devedores renegociarão diretamente com os próprios bancos, e terão um prazo mínimo de 12 meses para o pagamento do débito
As de crédito rural; as com garantia da União ou de quaisquer outras entidades públicas, incluindo previsão de aporte e qualquer taxa de equalização de juros; e as que não tenham o risco de crédito totalmente assumido pelos bancos