Conheça a petroleira britânica que estuda investir na produção de hidrogênio verde no Ceará

Multinacional está presente em mais de 70 países

Escrito por Mariana Lemos , mariana.lemos@svm.com.br
foto de planta de hidrogênio verde
Legenda: Empresa de energia britânica avalia investir em planta de hidrogênio verde no Ceará
Foto: Shutterstock

A multinacional petroleira bp estuda construir uma planta de hidrogênio verde e derivados no Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIPP), em São Gonçalo do Amarante. A empresa está no processo de entrada no ramo da energia limpa. 

O memorando de entendimento entre a bp e o Governo do Ceará foi assinado na última terça-feira (16). O investimento ainda está em preliminar de análise, em que o potencial do Estado para a produção do vetor energético será avaliado.

Segundo a empresa britânica, está entre seus objetivos neutralizar as emissões de carbono até 2050 e tomar a liderança em produção de hidrogênio. “Acreditamos que o Brasil tem fortes oportunidades na transição energética, incluindo condições potencialmente competitivas para a produção de hidrogênio verde e derivados”, diz o comunicado.  

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O diretor Mundial de Novos Negócios da empresa, Ian Spafford, destacou durante a assinatura a importância do Ceará no cenário de transformação energética. “O Porto do Pecém é uma das melhores áreas para desenvolver o projeto do hidrogênio verde. A molécula de hidrogênio é fundamental para a transição energética na indústria. A bp está trabalhando diligentemente com os diversos segmentos no mundo, principalmente nos Estados Unidos, para viabilizar essa transição. Já estamos trabalhando para criar essa demanda”, afirmou.

Fundada em 1909, o grupo bp está presente em mais de 70 países e produz petróleo, gás natural, biocombustíveis e lubrificantes. Também está no setor de abastecimento de aeronaves comerciais e particulares. 

A bp é uma das líderes mundiais na exploração e produção de petróleo, com participação integral ou parcial em 11 refinarias do mundo. Segundo a companhia, uma duas suas estratégias no caminho para a transição energética é a criação de negócios de baixo carbono. 

A multinacional tem operação no Brasil desde 1957 e atua em 13 estados. No Ceará, já está presente por meio da Lightsource bp, braço do grupo focado na geração de energia solar. Um complexo fotovoltaico foi construído em Abaiara, no Cariri, com investimento de R$ 700 milhões. A planta ainda não está em operação e deve ter capacidade elétrica de abastecer mais de 210 mil residências. 

A empresa do grupo com maior presença no Brasil é a air bp, especializada na venda de combustíveis de aviação. A companhia mantém escritórios em São Paulo e no Rio de Janeiro. Também há bases e terminais para produção de gás natural e combustíveis marítimos.

Produção de hidrogênio verde

O Governo do Ceará tem outros 35 memorandos de entendimento assinados para o desenvolvimento da cadeia produtiva de hidrogênio verde no Ceará. Esse é o primeiro passo para a implantação das usinas do vetor energético e demonstra o interesse das empresas, mas não há garantia de que esses projetos sejam executados. 

Um desses memorandos assinados é o da companhia australiana Fortescue, com estimativa de investimento total de cerca de R$ 25 bilhões. A previsão é que as obras de construção da usina comecem neste ano. 

Já a empresa espanhola Jepri estuda construir uma planta orçada em 3,3 bilhões de euros, com capacidade de produção anual 1,2 milhão de toneladas de H2V. 

A produção de hidrogênio verde no País ainda depende da regulamentação. Um projeto de lei que trata da certificação e incentivo do vetor energético foi aprovado na Câmara dos Deputados em novembro de 2023 e deve passar pelo aval do Senado. 

Veja os memorandos de entendimento assinados para produção de H2V no Ceará

  • Enegix Energy
  • White Martins
  • Qair
  • Fortescue
  • Eneva
  • Diferencial
  • Hytron
  • H2helium
  • Neoenergia
  • Engie
  • Transhydrogen Alliance
  • Linde
  • Total Eren
  • AES Brasil
  • Cactus Energia Verde
  • Casa dos Ventos
  • H2 Green Power
  • Nexway
  • Enel Green Power
  • HDF
  • Mitsui
  • ABB
  • Gold Wind
  • Alupar
  • Mingyang Smart Energy
  • Spic
  • Gansu Science & Technology Investment
  • Platform Zero (Complexo do Pecém + 13 instituições de cinco países)
  • Green Hydrogen Corridor (Complexo do Pecém, AES Brasil, Casa dos Ventos, Comerc Eficiência, Havenbedrijf Rotterdam, Fortescue e EDP)
  • Voltalia
  • EDF Renewables
  • GoVerde Hitachi Energy Brasil LTDA
  • Grupo Jepri
  • bp

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