Chip virtual e-sim dispensa o convencional e oferece mais segurança ao usuário; saiba como funciona

Apesar das vantagens, ainda há pouco conhecimento sobre o chip virtual. No Brasil, operadoras ofertam o eSIM desde 2016

Escrito por Ingrid Coelho , ingrid.coelho@svm.com.br
Legenda: Chip virtual está embutido no iPhone a partir do SE, em modelos da Samsung como o Galaxy S20 e o S21 e no Motorola Razr
Foto: Camila Lima

Uma das novidades da Apple para o iPhone 14 é o fim do compartimento - também conhecido como bandeja - para o chip físico, tornando o celular um aparelho que funciona exclusivamente com o eSIM ou chip virtual. A novidade, porém, só vale para os smartphones vendidos nos Estados Unidos.

Apesar do lançamento da Apple no Brasil ainda contar com o espaço para o chip físico, desde 2016 é possível habilitar o eSIM nos celulares em solo nacional. A depender da operadora, não é preciso pagar pela troca para o chip virtual e um dos benefícios é a possibilidade de poder, por exemplo, no próprio iPhone - que aqui só tem espaço para um chip - utilizar dois números de contato.

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Mas essa não é a única vantagem do eSIM. De acordo com Victor Farias, professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Teleinformática (PPGETI) da Universidade Federal do Ceará (UFC), o chip virtual também oferece mais segurança ao usuário. Isso porque, em caso de um roubo ou furto do aparelho, o eSIM dificulta o ato de desconectá-lo da rede, permitindo que o smartphone seja localizado com facilidade.

“Quando há o roubo do celular e a pessoa tira o chip, ela corta a conexão de internet. Com o eSIM, ela não consegue tirar o chip, portanto o celular permanece conectado”
Victor Farias
Professor do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Teleinformática (PPGETI) da UFC

Além disso, o professor detalha que é mais fácil habilitar um novo chip no celular roubado quando o SIM é o físico. “Como o SIM é gravado no celular, em caso de roubo ou furto, o proprietário informa a operadora e consegue bloquear o aparelho para que novas linhas não sejam associadas a ele. Isso dificulta o repasse”.

Mais fácil para viagens ao exterior

Uma outra aplicação para o eSIM é em casos de viagem ao exterior. O usuário que possui um celular habilitado ao chip virtual pode entrar em contato com a operadora do local de destino para ter conexão à internet antes mesmo da viagem. “E aí esse turista pode ficar com uma linha do local de origem e uma outra para ter acesso a internet naquele destino”.

A lógica também vale para quem precisa ter uma linha profissional, já que é possível ter dois números no mesmo aparelho.

O que é o eSIM?

O eSIM é um chip instalado diretamente na placa mãe do celular durante a sua fabricação, tornando dispensável o uso do tradicional chip físico, que ocupa mais espaço. Assim, o usuário pode simplesmente entrar em contato com a operadora e pedir que ela habilite o eSIM. Se o smartphone for compatível, será possível o uso do SIM virtual.

Como eu sei que meu celular é compatível com o eSIM?

Victor Farias explica que, para saber se o celular é compatível com a tecnologia, uma alternativa é buscar nos sites das operadoras, que listam os aparelhos habilitados ao chip virtual. Também é possível buscar no botão “Configurações” do celular, depois em “Redes móveis” se há a opção de uso do chip virtual.

Veja alguns modelos compatíveis:

Apple

  • iPhone SE
  • iPhone SE 2ª Geração
  • iPhone XR
  • iPhone XS
  • iPhone XS Max
  • iPhone 11
  • iPhone 11 Pro
  • iPhone 11 Pro Max
  • iPhone 12
  • iPhone 12 Mini
  • iPhone 12 Pro
  • iPhone 12 Pro Max
  • iPhone 13
  • iPhone 13 Mini
  • iPhone 13 Pro
  • iPhone 13 Pro Max

Samsung

  • Galaxy S20
  • Galaxy S20+
  • Galaxy S20 Ultra
  • Galaxy Note 20
  • Galaxy Note 20 Ultra
  • Galaxy S21
  • Galaxy S21+
  • Galaxy S21 Ultra
  • Galaxy Z Flip
  • Galaxy Z Fold 2
  • Z Flip 3 5G
  • Z Fold 3 5G

Motorola

  • Motorola Razr

Como eu faço para ter o eSIM?

O professor explica que em alguns casos é possível fazer a habilitação, em celulares compatíveis, usando apenas o aplicativo. “Na prática, o que temos visto é que os usuários acabam entrando em contato com as operadoras para ter acesso ao chip virtual”. Caso o usuário já tenha o chip virtual e queira convertê-lo em físico, também é possível.

A Claro disponibiliza o eSIM desde 2016 e a ativação do chip virtual pode ser feita de forma remota, através de e-commerce, ou por meio dos canais presenciais pelo mesmo valor do chip convencional.

Já a Vivo trabalha desde novembro de 2018 com a habilitação gratuita do eSIM. “A ativação para clientes pessoa física é feita em lojas físicas e pelo Vivo em Casa, atendimento 100% remoto via consultor da Vivo por WhatsApp”, diz a operadora.

A TIM lançou a opção do eSIM para os consumidores no ano 2019. Para os usuários da operadora que queiram o chip virtual, não há custo. “Basta se dirigir à uma loja e pedir para trocar o físico pelo eSIM. Seja qual o for o plano”, diz a empresa. Se o cliente estiver vindo de outra operadora para a Tim e quiser o eSIM, é cobrado o mesmo valor do chip físico, de R$ 15.

Ele avalia, porém, que a falta de conhecimento sobre o chip virtual nas lojas das operadoras acaba dificultando a popularização do eSIM no Brasil. “O que a gente vê é que os próprios vendedores em geral ainda não estão tão bem informados, o que dificulta a popularização”. 

Em quanto tempo o eSIM dominará o mercado brasileiro?

Farias também acredita que a gama de aparelhos mais antigos que não disponibilizam a tecnologia também é um empecilho para que a tecnologia em breve domine o mercado brasileiro.

“Outra questão é que, quando você tem um aparelho com SIM normal, basta tirar o chip de um aparelho e colocar no outro para ele estar habilitado, é um processo mais fácil porque é mais mecânico. Com o eSIM, era para ser fácil, era pra ser pelo app da operadora ou entrando em contato com a operadora, de forma simples, mas não depende só do cliente”, pontua.

Considerando o volume de aparelhos ainda antigos em operação e a falta de disseminação de informações sobre o eSIM, Victor Farias acredita que a popularização do eSIM no Brasil é algo para médio prazo. “A chegada do 5G pode ajudar nesse processo, porque os aparelhos que a maioria dos celulares com 5G são habilitados para o eSIM”.

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