Ceará contrata 1,18 mil GWh em leilão

Média de venda do MWh foi de R$ 225,88 no Estado e o montante total atingiu R$ 268,48 milhões, segundo a CCEE

Escrito por Redação ,

Fortaleza/São Paulo. Com uma movimentação financeira de R$ 268,48 milhões, o projeto de geração de energia do Ceará, participante do 10º Leilão de Reserva de Energia, realizado nesta sexta-feira (24) conseguiu contratar 1,18 mil GWh a partir da compra de um megawatt/hora de R$ 225,28 - abaixo da média do certame (R$ 227,02/MWh).

O prazo de concessão da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) é de 30 anos, com início do suprimento previsto a partir de 1º de março de 2020.

Ao todo, foram 452 lotes arrematados no Ceará de um total de 9.540. O investimento foi de R$ 24,3 milhões para o projeto de uma PCH no Castanhão. A potência no Estado foi a terceira menor entre as unidades da federação que participaram do leilão, a 9 mil MW (ou 9 GW).

Abaixo da expectativa

O 10º Leilão de Energia de Reserva foi concluído com a negociação de 25,087 gigawatts-hora (GWh) de energia proveniente de Centrais de Geração Hidrelétrica (CGH) e Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Em termos monetários, o leilão transacionou R$ 5,695 bilhões, conforme informações divulgadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O preço médio de venda ficou em R$ 227,02 por megawatt-hora (MWh), o que corresponde a um deságio de 8,48% em relação ao preço-teto estabelecido para o certame, de R$ 248/MWh. Foram oferecidos Contratos de Energia de Reserva (CER) com prazo de suprimento de 30 anos, a partir de 1º de março de 2020.

O certame que marcou o primeiro leilão de energia do governo Michel Temer negociou apenas 95,4 MW médios, volume inferior às estimativas de mercado, que esperavam um montante superior a 100 MW médios, chegando a até 200 MW médios. Um total de 30 projetos de pequenas centrais hidrelétricas e Centrais Geradoras Hidrelétricas (CGHs) comercializaram energia, dentre os 64 habilitados para participar do certame. Juntas, as 19 PCHs e 11 CGHs somam 180 MW de potência, com 107 MW médios de garantia física.

Necessidade

"O leilão teve um bom resultado, com competição e marcando a importância das pequenas centrais hidroelétricas para o sistema, em um momento de transição para a retomada dos investimentos", disse Luiz Barroso, presidente da EPE. No entanto, em entrevista, o presidente da Associação Brasileira de Fomento às Pequenas Centrais Hidroelétricas (AbraPCH), Paulo Arbex, disse na quinta-feira, 23, que seria necessária a contratação de 400 MW de potência instalada neste leilão para manter a indústria viva, mas admitiu que o setor estava preocupado com a possibilidade de uma contratação menor, tendo em vista o cenário de sobrecontratação das distribuidoras. Juntos, os projetos exigirão investimentos que devem superar R$ 1 bilhão. Projetos de todos os submercados (Norte, Nordeste, Sudeste/Centro-Oeste e Sul) comercializaram energia no leilão, mas os maiores se concentraram nos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás, com PCHs de 24,4 MW, 18 MW, e 15,8 MW de capacidade instalada.

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