Brasil não sabe financiar a atividade, diz pesquisador

O Brasil ainda está longe do patamar ideal de investimento em inovação tecnológica, constatou, ontem, o pesquisador João Alberto de Negri, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), durante palestra no XXII Fórum Banco do Nordeste de Desenvolvimento. Segundo ele, nenhum país conseguiu que sua população ganhasse níveis de renda per capita superiores sem grandes investimentos em pessoas e em tecnologia.

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Enquanto o nível ideal de investimento no setor é de em torno de 2% do PIB brasileiro, cerca de R$ 40 bilhões por ano, Negri apontou que o País, em seu auge de investimento em pesquisa e em desenvolvimento, aplicou aproximadamente 1,3% do PIB. "O Estado brasileiro sabe financiar máquina e equipamento. Isso não é suficiente para produzir desenvolvimento, que depende, efetivamente, do investimento em pessoas e em tecnologia".

O pesquisador sugeriu que o Banco do Nordeste, em parceria com instituições como a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e o Sebrae, constitua "corporates ventures capital"(financiadoras de capital de risco) conforme modelos internacionais para desenvolver empresas regionais. De acordo com ele, há pelo menos 500 empresas no Nordeste ligadas a setores tecnológicos recém-criadas em busca de quem aposte em suas ideias. "Podemos usar esse público como chave", destacou.

Atração de investidores

Além do desenvolvimento de startups locais, Negri aponta que a medida também teria a vantagem de atrair investidores da iniciativa privada de caráter nacional e internacional. "É uma experiência que tem se desenvolvido no Vale do Silício, nos Estados Unidos, e em outras regiões, que podemos copiar".

Na avaliação dele, a iniciativa de financiar esses empreendedores dariam grandes resultados para o desenvolvimento da região e do País. "Isso daria um enorme impulso. Um exemplo importante que a gente poderia dar para impulsionar o que há de melhor no País e que, no futuro, fará com que o Brasil acelere ganhos de produtividade". (YP)