Bolsa despenca e dólar sobe após manifestações de 7 de setembro e falas de Bolsonaro

Às 16h38 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 3,98%, a 113.172 pontos

Escrito por Diário do Nordeste/Estadão Conteúdo ,
Legenda: Ontem (7), as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19
Foto: Agência Brasil

O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos. Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques - e mais duros - do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário.

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Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.

Às 16h38 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha queda de 3,98%, a 113.172 pontos. Enquanto isso, o dólar comercial opera em alta de 2,7% a R$ 5,316 na compra e a R$ 5,317 na venda. Já o dólar futuro com vencimento em outubro registra ganhos de 2,98% a R$ 5,341.

O temor de especialistas mais cedo era de que essa hostilidade inibisse ou até mesmo jogasse por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica.

Desgaste com o STF

Ontem, durante as manifestações, Bolsonaro ampliou a retórica autoritária contra o STF, desafiando a Corte máxima do País, procurou intimidar o presidente da Corte, Luiz Fux, e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes.

Com isso, partidos discutem um novo pedido de impeachment, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu cancelar as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões da Casa previstas para hoje e amanhã (9), num sinal de isolamento a Bolsonaro.

"Existe, de fato, uma desarmonia entre os Poderes. Está inflado dos dois lados, o que pode sugerir racha institucional, o que será péssimo para o País. Agora, se o discurso do Fux for apaziguador, OK. O problema é se vier com discurso de ruptura", afirmou em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Cenário nos EUA

Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.

Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.

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