O que é queer? Entenda o significado da palavra da sigla LGBTQIA+

Filha do apresentador Tadeu Schmidt, Valentina Schmidt, usou as redes sociais para reafirmar a identidade queer

Escrito por Carol Melo , carolina.melo@svm.com.br
Valentina Schmidt
Legenda: Jovem tornou pública a orientação e identidade sexual há um ano
Foto: reprodução/redes sociais

A filha do apresentador Tadeu Schmidt, Valentina Schmidt, usou as redes sociais nessa terça-feira (28), Dia do Orgulho LGBTQIA+, para reafirmar a identidade queer. "Eu sou queer e me orgulho", escreveu ela em um cartaz, em inglês. Na publicação, ela destacou que a decisão de assumir a orientação e identidade sexual foi libertadora e motivo de orgulho.

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"Há um ano, tomei uma das decisões mais difíceis da minha vida. Uma decisão da qual me orgulho profundamente. Tenho orgulho de ter a liberdade para falar abertamente sobre a minha sexualidade”, escreveu  na postagem.

Nos comentários, pai de Valentina, Tadeu Schmidt, demonstrou apoio à filha. Ele postou seis corações com cores variadas, representando a diversidade.

O que é queer?

A palavra equivale à letra "q" da sigla LGBTQIA+ e é um termo usado para representar indivíduos que não se identificam com os padrões impostos pela sociedade e transitam entre os sistemas de sexo e de gênero, como explica o psicanalista Mauro Reis. 

"Uma pessoa quando ela se identifica como queer, quando ela anuncia isso, o que ela geralmente está dizendo é que ela é uma dissidência do sistema sexo-gênero. São pessoas que buscam viver a sua sexualidade, independente do que é estipulado, do que parece ser obrigatório."
Mauro Reis
Psicanalista

Pessoas que se identificam nessa denominação fogem ao que é considerado o padrão que, conforme o especialista, pode ser definido pelo seguinte perfil: heterossexual (sente atração sexual pelo sexo posto) e cisgênero (se identifica com o gênero biológico, com qual nasceu). No entanto, como frisa, esse pode ser o principal modelo, mas não o único.

"A heterossexualidade é um dos dispositivos sociais que tenta enquadrar as pessoas de determinada forma, a mais reconhecida, a mais esperada, mas, hoje em dia, a gente já tem outras modalidades, outras formas de viver a sexualidade, as relações, que não necessariamente são heterossexuais, mas estão enquadradas de tal forma que em determinadas condições são reconhecidas, ainda que de maneira mais frágil, ainda que de maneira vacilante", detalha.

Origem pejorativa

O termo vem do inglês e, em tradução livre, significa "estranho". Inicialmente, ele era usado pejorativamente para ser referir aos indivíduos da comunidade LGBTQIA+, como conta o psicanalista. 

"Queer é uma palavra que originalmente significaria algo estranho, algo fora do esperado, que não é considerado normal, e não atoa foi usada de modo pejorativo para xingar pessoas cuja sexualidade era fora do modelo esperado, fora da heterossexualidade."

No entanto, como detalha o especialista, ao longo dos anos, e com a criação da teoria queer — corrente que afirma que a orientação sexual e a identidade sexual ou de gênero são o resultado de uma construção social —, a expressão foi ressignificada e passou a ser usada pelos próprios LGBTQIA+.

"Junto com os teóricos da teoria queer as pessoas da própria comunidade começaram também a se reivindicar sobre esse termo. Se a gente tentasse traduzir [para nosso vocabulário] poderia ser algo como 'boiola', 'veado', 'sapatão', xingamentos direcionados a pessoas não heterossexuais."
Mauro Reis
Psicanalista

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