Nego Di teria doado apenas R$ 100 em vez de R$ 1 milhão durante tragédia do RS, aponta MP; entenda

Influenciador está preso em Canoas (RS) e é réu por estelionato

Escrito por Redação ,
Nego Di está preso desde o último dia 14 de julho
Legenda: Nego Di está preso desde o último dia 14 de julho
Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério Público (MP) suspeita que o influenciador, ex-BBB e humorista Dilson Alves da Silva Neto, o Nego Di, tenha fraudado um comprovante de doação no valor de R$ 1 milhão. O valor teria sido supostamente arrecadado por Nego Di em uma campanha para auxiliar os afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul – no entanto, a única doação feita por ele localizada pelo MP foi de R$ 100.

"Na nossa apuração inicial, até esse dia em que ele deu como fato consumado essa doação de R$ 1 milhão, nenhuma doação nesse valor teria sido feita. Nesse mesmo dia, ele mesmo realizou uma doação de apenas R$ 100", afirmou o promotor Flávio Duarte ao g1. O humorista está preso preventivamente por estelionato na Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan).

Ao g1, a defesa de Nego Di alegou que ainda não teve acesso a todos os detalhes dos processos, que tramitam em segredo de Justiça, e por isso ainda não irá se manifestar.

O comediante Eduardo Christ, conhecido como Badin, atuou na campanha da vaquinha de Nego Di e afirmou que o ex-BBB havia comunicado que faria a doação em partes. "Teve dias que entrou mais de R$ 10 milhões na vaquinha, eu não tinha como ficar acompanhando se as doações que ele falou que iam ser feitas, se elas entraram ou não", ressaltou Badin em um post nas redes sociais.

Entenda o caso

Nego Di foi preso pela Polícia Civil no último domingo (14), na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis (SC), e transferido para um presídio em Canoas (RS). Na última sexta (12), o influenciador e ex-BBB havia sido alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.

A prisão preventiva foi decretada, contudo, por outro crime, de estelionato. Ele é suspeito de lesar pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de uma loja virtual da qual é proprietário – mas os produtos nunca foram entregues.

A investigação da Polícia Civil indica que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele na época, em 2022, passa de R$ 5 milhões. A loja virtual, "Tadizuera", operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022. Nesse período, a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar.

Autoridades policiais estimam que o prejuízo dos clientes lesados seja superior a R$ 330 mil, mas como as movimentações bancárias são milionárias, a suspeita é de que o número de vítimas do esquema seja maior, só que essas pessoas não procuraram a polícia para representar criminalmente contra o influencer.

Assuntos Relacionados