Morre ator Caio Junqueira, famoso por papel em Tropa de Elite
Caio interpretou o policial Neto no filme brasileiro de 2007. Ele foi vítima de um acidente de carro na última semana.
O ator Caio Junqueira faleceu nesta quarta-feira (23), uma semana depois de ter sido vítima de um acidente de carro no Rio de Janeiro. Ele dirigia em direção ao Centro da cidade quando perdeu o controle do volante, subiu o meio-fio, colidiu com uma árvore e capotou.
A Secretaria Municipal de Saúde afirmou que o ator morreu às 5h15. Nos últimos dias, Caio Junqueira foi submetido ao menos a duas cirurgias. Na última segunda (21), a mãe do ator, Maria Inês Torres, afirmou que ele havia passado por uma cirurgia para limpar ferimentos pelo corpo e outra na mão direita.
Segundo familiares e amigos de Caio Junqueira, que falaram com a imprensa na entrada do hospital após a divulgação da morte do ator, que o corpo será velado no cemitério São João Batista, nesta quinta-feira (24).
"Está todo mundo chocado. Só tinha 42 anos. Ele tinha um coração maior que o mundo. Acho que é por isso que não cabia mais aqui. Era um ser humano e um artista extraordinário. É só isso o que sei dizer", disse o ator Flávio Rocha, amigo de Caio Junqueira.
"Ele era super alegre e divertido. Vivia fazendo piadas e era para cima. Tinha muita vida, era forte, bonito, saudável e vivia intensamente a vida. Eu estava fazendo um trabalho na Europa e acabei de chegar. Não sei se ele tinha algum outro trabalho em mente, mas ele estava sempre trabalhando né? Provavelmente tinha algumas coisas engatilhados", afirmou o ator Freddy Ribeiro.
O ator é conhecido principalmente por interpretar o policial Neto no filme Tropa de Elite (2007).
Participou, também, de novelas como Barriga de Aluguel (1990), A Viagem (1994) e O Clone (2001), e séries como Hilda Furacão (1998) e Um Só Coração (2004).
No cinema, além de Tropa de Elite, também trabalhou em "Central do Brasil" (1998) e Zuzu Angel (2006).
Carreira
Caio começou a carreira ainda criança, aos 9 anos, no programa "Tamanho Família", na extinta TV Manchete, ao lado de nomes como Diogo Vilela e Zezé Polessa. Em 1988, estreou na Globo, no humorístico "Grupo Escolacho", com texto de Miguel Falabella, Luiz Carlos Góes e Leo Jaime, e redação final de Chico Anysio.
Depois, fez participação em outras produções da emissora, como na novela "Barriga de Aluguel", em 1990, e nas minisséries "Engraçadinha", em 1995, "Hilda Furacão", em 98, e "Chiquinha Gonzaga", em 99. Foi no remake de "A Escrava Isaura", em 2004, que o ator destacou-se vivendo o personagem abolicionista Geraldo. Seu último trabalho na Globo foi na novela das 6 "Desejo Proibido", exibida entre 2007 e 2008.
Em 2009, estreou na Record, na série "A Lei e o Crime". No canal atuou ainda em produções como "Ribeirão do Tempo", em 2010, em que viveu seu primeiro protagonista. Em 2016, participou da série "1 Contra Todos", da Fox, e em 2018, fez Ricky na polêmica série "O Mecanismo", de José Padilha, disponível na Netflix.
No cinema, o ator trabalhou em filmes consagrados, como "O Que É Isso, Companheiro?", em 97, e "Central do Brasil", em 98, mas foi em "Tropa de Elite", lançado em 2007 e dirigido por Padilha, que ganhou projeção com a grande repercussão conquistada pelo longa. No filme, ele interpreta o policial militar Neto Gouveia, jovem impulsivo que sonha em entrar no Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope).
Ator talentoso e carismático, Caio Junqueira era filho do ator Fábio Junqueira e irmão do ator Jonas Torres.