Economia do CE será reaberta em junho se tendência de estabilidade de casos da Covid-19 se confirmar

A curva do novo coronavírus na Capital tem tendência à estabilidade; segundo Camilo Santana, os indicadores da saúde são condicionantes à retomada das atividades

Escrito por Redação ,

A retomada gradual das atividades econômicas no Ceará em junho depende da estabilidade do número de casos de Covid-19  na capital e no interior, anunciou o Governador Camilo Santana em entrevista ao Sistema Verdes Mares nesta quinta-feira (21). Os indicadores da Saúde são condicionantes para o retorno, segundo o gestor. A curva do novo coronavírus em Fortaleza está tendendo à estabilidade e, caso isso se confirme até o final de maio, o plano de reabertura da economia deve começar a ser executado.

Camilo Santana afirmou que todas as decisões são pautadas nas análises dos especialistas da área, chefiados pelo Dr. Cabeto, Secretário da Saúde do Ceará. O isolamento social no Ceará e o lockdown na capital foram prorrogados até dia 31 de maio. Os decretos estadual e municipal preveem o bloqueio total de atividades não essenciais e vetam a circulação de pessoas em espaços públicos. 

"As condicionantes serão sempre os indicadores da saúde: como está o crescimento, se já está estável, se está o inicío de uma curva decrescente, como está o sistema de saúde para comportar a demanda tanto na capital como no interior. Essas condicionantes que vão nos permitir [a abertura]", afirmou Camilo Santana. 

 

O Governador afirmou que plano de retorno da economia do Ceará deve ser finalizado e anunciado até o fim da semana. O Sistema Verdes Mares teve acesso ao planejamento do Estado, que prevê que, na primeira fase do projeto, 12 cadeias produtivas devem voltar às atividades, com o retorno de 19,9% da força de trabalho destes setores. 

Um indício de que a Covid-19 não está mais em evolução na capital é a semelhança entre os números de casos e óbitos dessa semana com os da semana passada. O nível de procura às unidades de saúde também é um indicador, segundo o Governador.

"O que os especialistas tem mostrado, é que há uma tendência em Fortaleza de estabilização, tanto do número de casos como também de óbitos. Não é que os casos não vão aumentar, mas há uma estabilidade. Se essa tendêndia se confirmar, essa é a análise que nós fazemos, é que a gente já poderá iniciar a pensar um processo de início de retomada das atividades a partir do mês de junho", disse Camilo Santana. 

Legenda: Curva mostra tendência
Foto: Reprodução/Sesa CE
 

Mesmo com a possível estabilidade da doença em Fortaleza, o gestor ressaltou que a situação na capital ainda é grave, e que o isolamento social rígido é fundamental para saltar vidas e aumentar a capacidade do sistema de saúde. O índice de isolamento em Fortaleza chegou já a 60% com a vigência do lockdown, mas ainda está abaixo do esperado. conforme o Governador. 

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O Ceará tem 30.714 casos confirmados de Covid-19 no Ceará. O registrado é da plataforma IntegraSUS, atualizada às 10h34 desta quinta-feira (21). Os óbitos alcançaram 2 mil.

A letalidade da doença é de 6,5. A capital Fortaleza registrou 18.139 infectados. Em seguida há Caucaia (1.057), na Região Metropolitana, e Sobral (840), cidade com mais registros no interior.

O governo anunciou que o novo decreto deve emitir recomendações específicas a municípios que estiverem com uma situação mais grave. Camilo Sanatana anunciou que haverá sugestões importantes aos municípios de Itapipoca, Caucaia, Maracanáue e Sobral. O objetivo é evitar o colapso no sistema de saúde desses municípios. 

Foto: Reprodução/ Sesa CE

Retomada

Segundo fonte que repassou os detalhes sobre a primeira fase do plano de retomada, está previsto o retorno ao trabalho de cerca de 43,2 mil trabalhadores de 12 cadeias produtivas. Com percentuais de liberação que variam de 1,3% a 40%, o planejamento ainda não tem data para começar a ser posto em prática e depende da melhora dos índices de contaminação, internação e óbitos pelo novo coronavírus. 

Dos setores que possuirão a parcela máxima de liberação no Estado estão preparação, fabricação, e comercialização de artigos de couro e calçados (10,4 mil empregos), geração, transmissão e distribuição de energia elétrica (962 empregos), fabricação, confecção e comercialização de produtos têxteis e roupas (14,3 mil empregos), e a cadeia moveleira (2,7 mil empregos). 

Também terão partes significativas de seus efetivos autorizados a trabalhar a indústria química, metalmecânica e correlatos, com 38,8% de liberação, correspondendo a 1,7 mil empregos; agropecuária (37,1% ou 135 empregos); construção civil (36,3% ou 11,5 mil empregos); e saneamento básico e reciclagem (30,1% ou 121 empregos). 

Ainda estão entre as atividades que irão retomar os trabalhos na primeira fase os setores de artigos do lar (22,5% ou 522 empregos), tecnologia da informação e comunicação (16,2% ou 455 empregos), comunicação, publicidade, editoração e imprensa (14,4% ou 151 empregos) e serviços de apoio às empresas e famílias (1,3% ou 12 empregos).

O descumprimento às recomendações do decreto de isolamento social rígido em Fortaleza levou a quase 1.500 abordagens feitas pelas forças policiais, conforme contabilizado pelo Gabinete de Gestão de Eventos Complexos que funciona na Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) na última segunda-feira (18). 

O Governo do Ceará utiliza o sistema de videomonitoramento da Secretaria da Segurança Pública (SSPDS) e dos órgãos de fiscalização de trânsito, estadual e municipal para fiscalizar a mobilidade de pessoas e de veículos durante a vigência do lockdown. Os serviços de telefonia também são utilizados para avaliar a movimentação. 

Testagem

O Ceará é o estado que realiza mais testes do novo coronavírus no Brasil. A média diária de testes do Covid-19 deve subir para 3 mil até o final da semana, segundo o Governador. O gestor anunciou que haverá testagem em massa em frente ao Hospital Geral de Fortaleza, utuilizando o método de Drive Thru. O Estado realiza pelo menos mil testes por dia, já tendo realizado mais de 70 mil exames, conforme o Governador.


Mortes por Covid-19 em Fortaleza


 

 

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