“A Astrologia serve pra que a gente se conheça e também dê risada”, diz influenciador Vitor diCastro

Criador do perfil e canal Deboche Astral, o ator participará da Semana Amazon de Literatura nesta quarta-feira (3); em entrevista ao Verso, ele comenta sobre como a astrologia e o humor podem andar de mãos dadas na literatura e nas redes sociais

Escrito por Diego Barbosa , diego.barbosa@svm.com.br
Legenda: Ator e influenciador digital Vitor diCastro movimenta as redes sociais e a literatura ao mesclar humor e Astrologia
Foto: Breno da Matta

Se rir é o melhor remédio, como declara o dito popular, gargalhar das características de cada signo astrológico parece ter se tornado o expediente diário de vários usuários da internet nos últimos anos. Um movimento que não apenas atravessa o cotidiano das redes sociais, mas também encontra terreno fértil na literatura, com obras que transitam entre os dois temas sem perder o olhar atento às especificidades do fazer narrativo.

Um dos maiores exemplos disso está relacionado ao trabalho do ator e influenciador digital Vitor diCastro. Idealizador do perfil Deboche Astral – com milhares de seguidores no Instagram e milhões de inscritos no YouTube – ele lançou, no ano passado, o livro “Inferno Astral - Os signos estão de deboche comigo!”, publicado pela editora Planeta. 

A obra, cujo enredo se desenvolve ao redor do apresentador de TV Lucas, um ariano, aborda uma série de questões já desenvolvidas nos vídeos de Vitor para a internet, com muita leveza e bom humor. Assim, o influenciador estende o raio de alcance da Astrologia e da comicidade também para as páginas impressas.

Nesta quarta-feira (3), diCastro, inclusive, participará da mesa virtual “Astrologia e humor na literatura e nas redes sociais”, às 19h, como parte da programação da Semana Amazon de Literatura. O evento tem início nesta sexta-feira (29) e segue até 7 de fevereiro, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Amazon Brasil e pelo perfil do Facebook do Kindle Direct Publishing.  Todas as mesas são gratuitas e não requerem inscrição prévia.

Em entrevista ao Verso por telefone, o influenciador comenta exatamente esse mergulho que realizou pelas letras ao publicar o livro “Inferno astral”, bem como de que modo a Astrologia passou a fazer parte de seu cotidiano profissional, como trouxe pautas do universo LGBTQI+ para as publicações, a influência do humor cearense em seu ofício e os planos para 2021.

O tema da Astrologia tem ganhado cada vez mais repercussão, sobretudo nos últimos anos. Por que você acha que ele interessa tanto e de que modo a abordagem do assunto pela via cômica ajuda a chamar mais atenção para o assunto?

Eu posso te responder usando a Astrologia e também a minha percepção das coisas. Usando a Astrologia, eu posso te dizer que a gente está entrando na tal da Era de Aquário. E isso – Aquário é um signo que discute coisas muito místicas, outras explicações para nossa realidade – faz sentido para que as pessoas busquem a Astrologia, assim como faz sentido para que elas busquem a ciência, religiões… Estamos meio nesse momento.

Agora, falando da minha percepção, que é para além disso que falei, nos últimos anos a gente tem enfrentado muitas discussões novas. Desde 2013 começamos a discutir muito mais sobre movimentos sociais e subjetividades da nossa vivência, convivência e sociedade. A Astrologia entra para também explicar essas certas coisas que não conseguimos explicar.

Quando eu olho para o céu e penso no que os astros têm para me dizer, acho que esse é um momento que diz que estamos precisando de explicações que não estão chegando. Quando começou a pandemia do novo coronavírus, as pessoas também começaram a se questionar. “Mas por que a gente está tendo essa pandemia?”. Tem várias explicações para isso – científicas, históricas – e existe uma explicação astrológica. Cada vez mais, as pessoas estão tentando se entender melhor, tentando compreender mais a sociedade. A Astrologia é um caminho para essas explicações.

Percebo que, cada vez mais, os criadores de conteúdo estão entendendo que a Astrologia é uma temática que a gente pode usar para fazer vídeo, pra escrever, pra apresentar programa… O Deboche Astral tem um peso nessa “revolução astrológica” que tá rolando porque a gente tá aí, já é um canal consolidado e as pessoas olham pra ele sabendo que dá pra fazer humor usando Astrologia, dá pra sensualizar usando esse tema. Você vê mesmo que, na Semana Amazon de Literatura, nós vamos ter uma mesa sobre isso. Na Bienal do Livro de São Paulo do ano passado, que foi toda virtual, eles também tiveram uma mesa sobre Astrologia. A gente vê também o Big Brother falando sobre o tema. É legal porque estamos percebendo que dá para se falar sobre Astrologia sem ser acadêmico. Isso chega mais no povo. Quanto mais gente entender e trabalhar em prol disso, mais pessoas vão ter conhecimento e interesse sobre o assunto.

As coisas ficam se retroalimentando. A gente que cria conteúdo vai formando esse público, as pessoas vão buscando conhecimento, vão entendendo mais e trazendo mais público. Quando a gente vê, já tá essa maldição que todo mundo sabe de signo, todo mundo conhece e o Tinder tem que fazer um filtro de signos, digo mesmo. (risos)

De onde vem sua paixão por humor e astrologia? Como é que surgiu a ideia de unir as duas temáticas e fazer seu próprio conteúdo sobre elas?

Eu sou ator. Então, essa coisa do humor sempre foi uma ferramenta que utilizei para poder trabalhar. Depois que terminei a faculdade de Teatro, fiz uma especialização em Comédia – tendo em vista que o humor é muito específico, tem um timing muito próprio. Só que, nesse processo de estudo, acabei conhecendo a Astrologia. Como essa área envolve o místico, coisas que não são tão concretas, a galera do Teatro ama. Tudo que é viagem, o povo do Teatro adora (risos). Aqui no Brasil, o que pega na Astrologia é só falar sobre o seu signo. Então, fui primeiro descobrindo isso e depois estudando e me envolvendo mais no assunto. Até que chegou uma hora em que eu quis fazer um canal no YouTube e pensei em qual temática eu poderia trabalhar. Foi quando eu pensei que poderia utilizar as minhas duas paixões: o humor, a atuação; e também a Astrologia. 

Comecei, assim, a procurar referências de quem já fazia coisas do tipo, de como as pessoas abordavam a Astrologia. E percebi que faltava um toque de deboche, de humor para fazer com que o público se interessasse pelo tema, mas não necessariamente para que quisesse ser astrólogo. A maioria das pessoas que falam sobre Astrologia levam a área para um lugar mais sério, porque, de fato, se trata de um estudo milenar, faz todo o sentido. Mas a minha ideia sempre foi ser uma porta de entrada para drogas maiores, entende? Para que o público maior possa se aprofundar. E foi assim que as duas coisas se encontraram: eu fazia humor, gostava de Astrologia e, de repente, juntei os dois na internet.

Há alguma influência do humor cearense na sua forma de fazer humor?

Não só o humor cearense, como o humor do Norte e do Nordeste, de uns anos pra cá, tem guiado muito o que a gente faz. A gente tem aí muitas pessoas do Norte e do Nordeste que fazem sucesso, como o Whindersson Nunes, o Álvaro Xaro, o Ney Lima… Na internet está cheio dessas pessoas que estão norteando nosso trabalho. Então, eu posso dizer, sim, que os humoristas dessas regiões, de fato, trazem muita coisa, me inspiram a fazer. E principalmente porque, mesmo antes da internet, sempre teve humoristas cearenses fazendo muito sucesso, nos trazendo um lugar menos arrogante e menos elitizado, menos eixo Rio-São Paulo, menos acadêmico. Esse é o tipo de humor que não apenas me influencia e inspira meu trabalho, mas também é o que eu gosto e consumo.

Você mantém o perfil Deboche Astral desde 2019, um verdadeiro sucesso no Instagram e no YouTube. Como são pensadas as publicações? Você conta com algum tipo de consultoria para assuntos sobre Astrologia?

Eu trabalho com a internet desde 2017. Comecei com o Quebrando o Tabu, que é outra plataforma das redes, e fui entendendo como é que esse meio funciona – o que o público gosta, o que pode chamar a atenção, qual é o timing de cada postagem… Assim, toda vez que a gente vai discutir tanto os formatos do que a gente quer fazer quanto os temas que vamos levar pro Deboche Astral, eu levo em consideração tudo isso.

Por exemplo: quando começou a pandemia do novo coronavírus, a gente precisou mudar toda a nossa programação. Passamos a falar de home office, quarentena, de vizinhos, de cuidar da casa… Vamos para algo que tem uma conexão com o que as pessoas estejam vivendo. Na maioria das vezes, tudo o que é decidido e que vai para o Deboche Astral, em qualquer plataforma que seja, vai passar pelo timing da população, pelo que as pessoas estão vivendo, e também pelas minhas urgências. Às vezes não tem nada a ver com o que está acontecendo, mas sinto que é o momento de fazer determinado tema. Confio muito no meu feeling – sou canceriano, então a intuição é algo forte. Lendo os comentários, por exemplo, percebo que tem muita gente pedindo para falar sobre determinado tema; às vezes, eu falo sobre alguma coisa e percebo que o público não gostou muito. Então, faz mais ou menos uns três anos que estou nessa, nesse tipo de trabalho, e cada vídeo, cada formato é sempre uma descoberta.  

Legenda: Na quarta-feira (3), Vitor diCastro participa de uma das mesas da Semana Amazon de Literatura
Foto: Breno da Matta

Principalmente quando a gente fala sobre Astrologia. Tem dois anos que eu faço dois, três vídeos por semana. Chega uma hora em que eu preciso quebrar muito a cabeça para achar um tema que eu já não tenha feito. Trabalhar com a internet envolve esse desafio, porque todas as plataformas trabalham em prol de que você produza sempre mais. O que eu fico fazendo é rebolando: enxergo o que o público quer, o quê que eu quero e o que a Astrologia está trazendo de novo. No meio desse rebolar todo, a gente consegue manter o canal.

Parte muito da sensibilidade do criador de conteúdo, sim?

Isso, e tem que ser assim. Porque, por mais que o Deboche Astral não seja a minha pessoa física, eu entendo que lá, como é o meu canal, é um espaço que tenho pra poder trazer o que eu achar que é mais urgente. Tem que ter muita inteligência pra ficar lidando com isso: o que eu quero/ o que o público quer. Tanto que, quando chegou em junho, que é o Mês do Orgulho LGTB, eu, como homem gay, fiz questão de trabalhar vários temas dentro do perfil que não tem nada a ver com Astrologia. Mas, se eu sou o apresentador e o dono do canal, por que não vou trazer algo que é tão urgente pra mim?

Assim, acabamos fazendo vídeos sobre os signos saindo do armário; ou sobre a sapatão de cada signo, junto com as meninas do Tá Entendida (@taentendida). Enfim, fizemos uns quatro ou cinco temas durante o mês e, para mim, isso foi muito importante. Uso isso como exemplo porque foi algo legal: o público nunca me pediu isso, nunca foi uma urgência da audiência. Mas eu trazendo algo que é meu, que é muito sincero, fez com que esses vídeos também fossem sucesso. O jogo da internet é esse.

Você é um canceriano nato mesmo? Qual a sua relação com esse signo? 

Eu sou Câncer com ascendente e lua em Câncer. Então, assim, se tem uma pessoa canceriana, sou eu (risos). Antes de entender sobre Astrologia, achava que eu não tinha nada a ver com Câncer. Todo mundo fala que são pessoas choronas, super família e tal, e eu não me enxergava assim. Só que, quando comecei a aprofundar meus conhecimentos sobre o tema, entendi que a gente não representa o nosso signo. Todo mundo que nasce tem o tal do mapa astral, que é basicamente uma foto de como os astros estavam no céu no momento em que você nasceu. Então, sou Câncer, mas nasci na casa 12, ou seja, tenho a energia de Peixes; sou um canceriano que tem Marte e Vênus em Leão, o que me traz uma força que cancerianos geralmente não têm; tenho Mercúrio em Gêmeos, o que me leva a ter uma comunicação mais assertiva.

Assim, conforme fui estudando, fui compreendendo onde eu sou canceriano. São questões mais profundas. A gente brinca sobre Astrologia, mas eu sempre falo que, quando queremos realmente nos conhecer, temos que sair do nosso signo solar, que é esse nosso primeiro, e se compreender mais baseado nas outras particularidades do nosso mapa astral, dos outros signos que também estão com a gente. Senão a gente vai achar que todo canceriano é igual, que todo leonino é igual, e não é. Não tem como a gente dividir uma população de sete bilhões de pessoas em 12 e falar que só existem 12 tipos de pessoas. As pessoas são muito complexas.

Legenda: "Quando queremos realmente nos conhecer, temos que sair do nosso signo solar, que é o nosso primeiro, e se compreender mais baseado nas outras particularidades do nosso mapa astral'", afirma Vitor diCastro
Foto: Breno da Matta

A gente da Astrologia entende que essa área não nega a ciência, não nega a Psicologia, não nega nada. Ela é um caminho. Tem coisas que eu penso “pelo meu mapa astral, eu deveria ser uma pessoa mais dramática”. Mas, como eu cresci numa família pobre, sem condições, como eu tive que ralar muito, fui aprendendo a lidar com esse drama. E a terapia também ajuda bastante a gente a lidar com os nossos defeitos, né? Signo não pode ser uma desculpa para o seu defeito ou para o que você quer fazer. A Astrologia tem que ser um caminho pro autoconhecimento, mas nunca o único.

Infelizmente, ainda vivenciamos um contexto de pandemia. Em sua visão, qual a relevância do humor e da astrologia nesse momento de caos coletivo?

A realidade é muito difícil, e está ficando cada vez mais assim. Então, buscar explicações para ela, seja na Astrologia, seja onde for, só vai fazer bem pra gente. A Astrologia serve pra isso. Ela serve pra que a gente se conheça, questione determinadas coisas, entenda outras. E também pode ser usada pra dar risada, pra fazer com que as coisas sejam um pouco mais leves. Porque, vamo combinar? Tá bem difícil.

Nesta quarta-feira, dia 3 de fevereiro, você participará de uma mesa na Semana Amazon de Literatura com o tema “Astrologia e humor na literatura e nas redes sociais”. O que sua fala vai priorizar sobre esse assunto? 

Eu pretendo abordar a minha experiência dentro desse campo. No semestre passado, lancei um livro pela editora Planeta – “Inferno Astral - Os signos estão de deboche comigo” – e ele foi super bem recebido, vendeu bastante, ficou na lista de mais vendidos da Veja por algumas semanas… Tive uma experiência interessante e o que quero trazer pra essa mesa é o fato de que eu não escrevi sobre Astrologia. Eu escrevi um livro de humor, mas a Astrologia norteia toda a narrativa. Acho isso interessante porque muitas vezes a gente pensa que o público que gosta de Astrologia só quer entender sobre Astrologia. Quer estudar, ter o conhecimento. Só que, às vezes, as pessoas gostam da área, mas apenas para vê-la no meio do dia a dia mesmo. A experiência que eu tive com esse tipo de literatura foi muito gratificante porque o público recebeu muito bem isso, de eu poder brincar com os personagens de um livro, com a história, trazendo a Astrologia.

Legenda: Capa do livro escrito por Vitor diCastro, publicado pela editora Tordesilhas no ano passado
Foto: Divulgação

Na verdade, a Astrologia era a desculpa que eu precisava para que os personagens agissem de uma determinada maneira. Isso para mim foi muito interessante porque mostra que, diferentemente do que acontecia há alguns anos atrás, o público de Astrologia já tá querendo sensualizar esse tema – ler livros de romance que tenham Astrologia; uma coisa meio investigativa, policial, que aborde o tema; de repente a gente pode começar a ver produções no streaming, na TV ou no cinema que envolvam o assunto… A experiência que eu tive foi muito boa porque mostra que a gente já pode dar um passo além. Muita gente já tem o conhecimento básico da Astrologia, eu já posso falar com essas pessoas a partir do conhecimento que elas têm. Não preciso mais ficar dando para elas todas as informações.

É claro que existe um braço da Astrologia que é um braço didático; mas, a partir do momento que eu já sei isso, enquanto público, posso só me interessar pelo tema. Não preciso necessariamente querer ser um astrólogo. O tema da Astrologia não precisa ser necessariamente o fim; ele pode ser um meio.

Qual a principal diferença entre tratar Astrologia e humor na literatura e as mesmas temática nas redes sociais?

Acho que a maior diferença que eu senti – e essa é uma coisa muito pessoal – foi o fato de que, quando você escreve, eu preciso deixar claro, ou não, para onde quero ir. Quando a pessoa tá me vendo no vídeo – pelo jeito que eu falo, pela entonação que uso, pela abordagem que faço com o meu corpo e minhas expressões – tudo isso pode fazer com que já  se entenda qual a mensagem que estou tentando passar. Ao ir para a escrita, para mim foi um grande desafio porque tirei toda a imagem a qual estou acostumado e fui só para a imaginação.

A partir do momento em que estive escrevendo sobre um determinado signo, precisei dar um passo para trás e pesquisar um pouco mais para entender como é que eu ia descrever as características só pela escrita. Para que a pessoa já me imaginasse revirando um olho de deboche, como faço nos vídeos, sem dizer para ela que eu estou fazendo isso, entende? Independentemente da temática que você trabalha na literatura, é um desafio que qualquer pessoa que lida com o audiovisual tem: como transpor da tela para a escrita.

A escrita exige que você leve um tempo a  mais para passar uma informação. Precisei me aprofundar para não ficar raso. Para mim, isso era mais preocupante: se eu estou querendo atingir tanto o público leigo quanto o público que já entende de Astrologia, qual é o caminho do meio que eu vou usar para sensualizar esse tema dentro da escrita? Em vídeo eu já sabia; e escrevendo, como faz? Esse, para mim, foi o maior desafio.

Em quais autoras e autores você se inspirou para aprender a narrar comicamente na literatura? Que elementos são importantes nesse processo?

O tipo de literatura que me encanta é biografia e autobiografia. Então, quando fui escrever o “Inferno Astral”, eu não tinha como me basear no tipo de literatura que consumo porque era muito diferente. Acabei, então, me inspirando – já que esse é o meu primeiro livro, então teria que descobrir como é que eu faria – no cinema, na maneira como essa arte conta as histórias.

Pensei: “O tipo de literatura que eu gosto não posso utilizar aqui, mas qual o tipo de criação narrativa eu quero trazer?”. Eu já tinha essa intenção de fazer com que o público saísse da internet e fosse ler o livro, então queria levar o audiovisual em consideração pra não negar todas as pessoas que fizeram com que a editora Planeta me ligasse e me oferecesse um projeto. Assim, acabei me baseando em filmes dos anos 1980, produções que ficam brincando na mesma realidade.

Durante esse processo, também descobri livros que trabalham com isso, mas o que mais me inspirou foi realmente o audiovisual e o roteiro de audiovisual. Tem gente que fala isso para mim, que quando lê o livro parece que está lendo um roteiro. E eu acho isso interessante porque eu não sou um autor. Posso ser um autor no sentido de que já escrevi, já lancei o livro e ele está aí. Mas a minha profissão é trabalhar com audiovisual. Assim, foi muito bom conseguir juntar as duas coisas. Até porque, no dia em que eu quiser fazer uma série sobre o livro, eu já deixei o caminho andado. Quem quiser chegar e adaptar, está fácil (risos). 

Foi muito louco tudo isso porque, como eu nunca tinha escrito nada, não sabia como era o processo de escrita – por onde começa, como se faz uma pequena sinopse, uma grande sinopse etc. Para mim, foi tudo uma descoberta. E como eu não tinha vícios como autor, pude me jogar do jeito que eu quisesse ali, ir experimentando. Foi ao fazer toda uma pesquisa que descobri, por exemplo, que não precisaria negar toda a minha trajetória no audiovisual para, de repente, chegar na literatura. No fim das contas, fiquei muito feliz com o resultado porque me levou a lugares diferentes. Me fez entender que a arte tem esse lugar subjetivo, que eu posso procurar referência onde eu quiser que vai continuar sendo referência para mim. Não só pra escrita, mas pra tudo que eu queira criar como artista também.

Quais são os seus planos para 2021?

Eu tô recebendo vários convites de pessoas com alguns projetos porque, neste ano, vão ter alguns programas de televisão que vão envolver Astrologia; poderei estar no meio disso. Neste ano, eu também quero começar a adaptação do meu livro para o audiovisual – seja para um filme ou uma série. Depois que estivermos imunizados, já poderei começar a produzir. E, dentro do Deboche Astral, vamos ter aí pelo menos uns 50 vídeos para fazer até o fim do ano. Já estamos pensando em formatos e maneiras diferentes de contar histórias. Vai ser um ano produtivo, mesmo em pandemia.

Serviço
Semana Amazon de Literatura
Até 7 de fevereiro, por meio do Youtube da Amazon Brasil ou no Facebook do Kindle Direct Publishing. Mesa com Vitor diCastro nesta quarta-feira (3), às 19h

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