Preso por matar idoso de 77 anos com voadora é condenado a pagar R$ 60 mil a filho da vítima

A decisão ainda cabe recurso. A ação por danos morais foi movida por um dos três filhos do idoso, em novembro de 2024

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Redação producaodiario@svm.com.br
Preso por matar idoso de 77 anos e a vítima
Legenda: O crime foi registrado há quase um ano, no dia 8 de junho de 2024, no litoral de São Paulo
Foto: Reprodução / Globo

Tiago Gomes de Souza, preso por matar Cesar Fine Torresi, um idoso de 77 anos, com ‘voadora’, foi condenado a pagar 40 salários mínimos, o equivalente a R$ 60.720, para o filho da vítima. 

O crime foi registrado há quase um ano, no dia 8 de junho de 2024, no litoral de São Paulo. Na época, Tiago foi preso preventivamente após ter sido detido em flagrante por lesão corporal seguida de morte.

A decisão, proferida no dia 23 deste mês, ainda cabe recurso. A ação por danos morais foi movida por um dos três filhos do idoso, em novembro de 2024. Bruno Cesar Fine Torresi é pai do menino que estava com a vítima no momento da agressão.

“Nada que aconteça vai trazer o meu pai de volta, mas espero que, com a repercussão, as pessoas tenham mais consciência das suas ações. Meu intuito sempre foi para que isso não se repita [...], para que haja conscientização, porque um ato sem raciocínio, de raiva, acabou com nossa família”, disse Bruno ao g1.

A juíza responsável pela decisão ponderou que o conjunto das provas deixou evidente o vínculo entre a ação do Tiago e a morte da vítima. Além disso, ela disse que o valor da multa tem o objetivo de equilibrar o sofrimento causado.

“O valor estipulado deve atender a uma finalidade essencialmente compensatória, contrabalançando o mal causado sem enriquecimento sem causa, e com escopo dissuasório, para que o causador do dano se veja dissuadido da prática de novo atentado”, expressa trecho da decisão.

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RELEMBRE O CASO

César morreu após levar uma 'voadora' na região do peito quando tentava atravessar a rua. De acordo com testemunhas, a vítima caminhava de mão dada com o neto, de 11 anos, quando Tiago, que dirigia um Jeep Commander, quase o atropelou.

Indignado, o idoso bateu com a mão no capô do carro e eles começaram a discutir. O motorista desceu do veículo e o golpeou com os pés, levando a vítima a bater a cabeça no chão.

A Polícia Militar informou, a época, que um médico que passava pelo local prestou os primeiros socorros e acionou o Samu. Ele foi encaminhado para a UPA e morreu no local. Ele sofreu paradas cardíacas e teve traumatismo craniano, segundo informações dos familiares.

ARREPENDIMENTO DURANTE RECONSTITUIÇÃO

Durante a reconstituição do crime no dia 13 de junho de 2024, realizada pela Polícia Civil de São Paulo, Tiago se jogou no chão e chorou pedindo desculpas. Bruno Cesar também acompanhou a representação.

Dezenas de pessoas acompanharam o momento, que causou comoção popular e clamor por justiça. A delegada do caso, Liliane Lopes Doretto, do 3º Distrito Policial da cidade, afirmou que o procedimento foi "bastante tenso" por se tratar de um crime "impactante" e "revoltante".

Em imagens da reconstituição do crime, Tiago apareceu ajoelhado no chão. Chorando, ele colocou a mão no rosto pedindo desculpas. O suspeito simulou como teria desferido o golpe com os pés no peito da vítima.

ALEGAÇÃO

Tiago alegou ter sofrido um "ataque de fúria" ao ver o idoso bater no capô do carro e adverti-lo por frear bruscamente.

"Ele [Tiago] nem estacionou o carro. Simplesmente desceu, deixou a chave ali e foi atrás do senhor. Ele diz que houve uma discussão. O neto diz que não", disse a delegada ao g1.

Ele alegou também que, mesmo fazendo tratamento com medicamentos - justificativa apresentada pelos advogados de defesa -, teve um "ataque de fúria" no dia do caso.

"Não conseguiu se controlar e por isso assim agiu. [Disse] que na hora se arrependeu e até fez manobras de ressuscitação na vítima", detalhou a delegada.

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