PF afirma que 'Careca do INSS' foi preso por ameaçar testemunha e comprar casa nos EUA

Ele também teria preparado uma rota de fuga em meio às investigações

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Redação producaodiario@svm.com.br
Imagem mostra empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como careca do inss, preso pela pf em 12 de setembro de 2025
Legenda: Ele é considerado o principal operador do esquema de descontos ilegais em aposentadorias e pensões
Foto: Linkedin/Reprodução

A prisão do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "Careca do INSS", ocorreu por uma série de práticas que poderiam levá-lo a fugir do Brasil, como aponta relatório da Polícia Federal (PF).

Segundo informações do jornal O Globo, ele é investigado pelas autoridades como um dos principais operadores do esquema de desvios de aposentadorias por meio de associações.

O empresário foi preso nesta sexta-feira (12) após autorização de André Mendonça, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A PF afirma que Antunes estava ameaçando testemunhas, usando um estacionamento de um shopping em Brasília para esconder patrimônio e preparando uma rota de fuga para os Estados Unidos.

Isso inclui a compra de uma casa no país norte-americano e a identificação de uma viagem para o exterior "em data próxima" à deflagração da Operação Sem Desconto, sobre as fraudes no Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).

A defesa do empresário foi procurada pela reportagem, mas limitou-se a dizer que só se manifestaria no processo.

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Quem é 'Careca do INSS'?

Apesar do apelido, Antunes nunca foi funcionário do órgão, e é apontado pela PF como "sócio de uma miríade de empresas" que recebiam recursos de diversas associações e os disponibilizava a servidores do INSS.

A movimentação financeira total dele neste período foi de R$ 53,5 milhões, proveniente de entidades sindicais e de empresas relacionadas às associações. Em pouco mais de quatro meses, ele movimentou R$ 12,2 milhões nas contas bancárias pessoais.

O 'Careca do INSS' aparece ainda com 22 empresas listadas como de propriedade dele, nos mais variados ramos. Parte delas era usada nas relações com entidades que recebiam os valores descontados das aposentadorias, diz a PF.

Em Brasília, Antunes ostentava luxo, com 12 carros que incluem modelos como Porsche e BMW, além de um imóvel de R$ 3,3 milhões no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, pago à vista por ele, conforme consta na investigação.

O empresário também é apontado como representante legal de uma firma sediada nas Ilhas Virgens Britânicas, e que a PF acredita ser um paraíso fiscal de Antunes.

"Trata-se, possivelmente, de uma offshore constituída por Antônio Carlos a fim de blindar o patrimônio ilegítimo amealhado", completa a investigação.

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