Irmã, cunhado e viúva: Justiça irá definir se acusados de matar Igor Peretto vão a Júri Popular
O empresário foi morto a facadas em agosto de 2024 no litoral de São Paulo

A Justiça de São Paulo deve definir nos próximos dias se Marcelly Delfino Peretto, Mário Vitorino da Silva e Rafaela Costa vão a Júri Popular pelo assassinato do empresário Igor Peretto, de 27 anos. Os três são, respectivamente, irmã, cunhado e viúva da vítima.
Igor Peretto foi encontrado morto no dia 31 de agosto de 2024, no apartamento da irmã, Marcelly, na cidade de Praia Grande, no litoral de São Paulo. O crime aconteceu logo depois da vítima descobrir caso extraconjugal entre a esposa Rafaela e o cunhado Mário.
Contudo, segundo as investigações, Rafaela também estaria tendo um caso com a irmã de Igor, Marcelly. A razão para o crime seria que Igor teria se tornado um "empecilho" para o relacionamento dos três. A defesa dos acusados nega os casos extraconjugais.
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Os três suspeitos passaram por três audiências na fase de instrução do processo, segundo o g1. Nelas, foram apresentados documentos e feitos os depoimentos dos réus. A última foi realizada na última segunda-feira (16) e as defesas tiveram até a quarta (18) para apresentar pedidos complementares.
Agora deve ter novo prazo para as alegações finais do Ministério Público e das defesas, antes do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) definir se os suspeitos irão a Júri Popular ou se será julgado por um magistrado.
Denúncia contra viúva, irmã e cunhado
Segundo a denúncia recebida pela Justiça, o crime teria sido motivado pelo fato de Igor ser um obstáculo em um triângulo amoroso entre os três. A viúva, inclusive, teria pesquisado no seu celular 'quanto tempo o corpo demora a feder'.
A promotora do caso, Roberta Bená Perez Fernandez disse ao g1 considerar o caso "chocante e violento".
Conforme o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), a morte de Igor traria benefícios para os acusados. Mário, sócio de Igor em uma loja de motos, assumiria a liderança do negócio, enquanto Rafaela receberia a herança. Marcelly, envolvida com ambos, também tiraria proveito financeiro.
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“Nesse verdadeiro triângulo amoroso, Igor tornou-se um empecilho. Por isso, Rafaela, Marcelly e Mário, em conluio, decidiram matar Igor”, aponta em denúncia o MP-SP.
A denúncia detalha que Rafaela teria atraído Igor até o local do crime, o apartamento de Marcelly em Praia Grande, onde Mário executou o ataque com facadas, supostamente incentivado pelas duas mulheres.
O MP-SP definiu o caso como homicídio qualificado, considerando o motivo torpe e a impossibilidade de defesa de Igor, que foi atacado de surpresa por alguém próximo.
“O crime foi cometido por motivo torpe, pois Mário, Rafaela e Marcelly consideraram Igor um empecilho para os relacionamentos íntimos e sexuais que os três denunciados mantinham entre eles".
A defesa dos acusados negou a versão apresentada pelo MP-SP. Os advogados alegam que a morte aconteceu durante uma briga, após o uso de álcool e drogas.
O crime
O empresário Igor Peretto foi encontrado morto no dia 31 de agosto, no apartamento da irmã, Marcelly Peretto, em Praia Grande, litoral de São Paulo.
Inicialmente, as investigações da Polícia Civil indicaram que o crime aconteceu após o homem descobrir que a esposa estava tendo um caso extraconjugal com o marido da irmã de Igor.
Na madrugada do dia do crime, os quatro estiveram no mesmo endereço. Rafaela Costa, esposa de Igor, chegou com Marcelly ao apartamento, mas o deixou 13 segundos antes do marido chegar com Mario, suspeito pelo assassinato. Cerca de 25 minutos depois, Mario e Marcelly foram embora.
De acordo com os depoimentos do trio e dos advogados, a viúva Rafaela tinha um caso com Mário. Além disso, o advogado de Marcelly chegou a dizer que a cliente e Rafaela tiveram um envolvimento amoroso no local antes da chegada de Igor e Mario no local do crime.
Após a denúncia feita pelas promotoras Ana Maria Frigerio Molinari e Roberta Bená Perez Fernandez, a Justiça de Praia Grande (SP) converteu as prisões deles de temporárias para preventivas.
As mulheres se entregaram no dia 6 de setembro, enquanto Mário foi detido após ser encontrado escondido na casa de um tio de Rafaela, em uma cidade do Interior de São Paulo, no dia 15 do mesmo mês.