Corpo de brasileiro morto a tiros por elogiar cachorro nos EUA ainda aguarda liberação
Mãe relata dificuldade no processo
O corpo do brasileiro Matheus Gaidos, morto a tiros após elogiar um cachorro, em Oakland, nos Estados Unidos, ainda não foi liberado para o translado. O caso ocorreu no dia 21 de junho deste ano.
"Vai fazer um mês e ainda não consegui realizar o translado para o sepultamento do meu filho. Todos os dias eu ligo para saber, porém eles falam que eu tenho que aguardar. Muito difícil isso. Eu não consigo entender o motivo de tanta demora. Desumano o que estão fazendo. O Consulado diz que não pode ajudar porque é a burocracia do país", desabafou a mãe de Matheus, Isabel Martines, ao g1.
Isabel ainda contou que viajou no mesmo dia para Oakland, entretanto, não a deixaram ver o corpo do filho.
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Relembre
Matheus Gaidos, de 27 anos, foi morto a tiros em Oakland, nos Estados Unidos, após elogiar um cachorro na rua. O autor do crime foi o tutor do animal, que não gostou do elogio e atirou contra o jovem.
Segundo O Globo, com informações da emissora KTVU Fox 2, o brasileiro estava nos EUA há cinco anos, mas planejava voltar para o Brasil em dois meses.
A mãe dele contou que o filho trabalhava como entregador de flores e estava no meio de um serviço, jogando videogame com um amigo brasileiro, quando avistou um cão na rua e o elogiou dizendo: "bom cachorro". O tutor do animal não teria gostado do elogio e teria iniciado uma confusão — que foi ouvida parcialmente pelo amigo com quem Matheus jogava em tempo real.
Segundo a família, o brasileiro chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Já o atirador e a mulher que o acompanhava foram detidos pela polícia norte-americana. "É difícil perdoar algo que aconteceu assim. Queremos justiça, só não queremos ver isso acontecendo com outra pessoa", disse o pai, Antônio Gaidos, à KTVU Fox 2.
Ao g1, a mãe de Matheus revelou que o filho resolveu se mudar de São Paulo, onde a família mora, para conseguir uma melhor condição de vida.
"Sempre moramos na Zona Leste e ele queria poder ter uma condição de ganhar melhor. Então, ele foi primeiro para a Austrália. Depois, resolveu ir para os Estados Unidos. Trabalhou como motorista por aplicativo e havia cerca de um ano estava como entregador de flores. Todo ano eu o visitava, mas este ano eu não consegui. Mas ele estava programando vir para São Paulo em agosto. Não deu tempo", contou ela.
Ela disse também que a família realizou uma missa de sétimo dia, mas revelou ter sido estranha a situação, pois o corpo não foi velado, nem enterrado.
"Fizemos missa de sétimo dia, mas é tão estranho não ter velado e enterrado o corpo ainda. Ele era meu parceiro. Tínhamos um ao outro. Minha vida era para o Matheus", lamentou a mãe.