Caso Jéssica: família de jovem pede responsabilização de quem espalhou notícias falsas

Jéssica Abadia Vitória Dias Canedo morreu após propagação de notícias falsas envolvendo o nome dela

Escrito por Redação ,
Foto de Jéssica Vitória
Legenda: Jéssica Vitória tinha 22 anos
Foto: Reprodução/Instagram

A família da estudante Jéssica Abadia Vitória Dias Canedo, que morreu após propagação de uma falsa conversa com o youtuber Whindersson Nunes, fez um pronunciamento sobre o caso. Na terça-feira (26), a mãe dela, Inês Oliveira, foi a primeira testemunha ouvida pela Polícia Civil de Minas Gerais. 

O caso está sendo investigado devido às fake news divulgadas por perfis de fofoca nas redes sociais. Responsável pelo caso em Araguari, o delegado Felipe Oliveira relatou que depois do depoimento da mãe de Jéssica, a Polícia irá avaliar a necessidade de outras pessoas serem ouvidas. 

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Em texto, divulgado nesta quarta-feira (27), os parentes pedem que as pessoas que espalharam notícias falsas e contribuíram para a morte de Jéssica sejam responsabilizadas. A nota foi assinada pelo advogado Ezequiel Souza.

"Torna-se, portanto, imperativo responsabilizar aqueles que ocupam posições de comunicadores em redes sociais pelos impactos de suas ações na vida alheia, assim como determina nosso ordenamento jurídico".
Ezequiel Souza
Advogado da família de Jéssica

Confira nota na íntegra

"Com profunda tristeza a família da jovem Jéssica Abadia Vitória Dias Canedo vem se manifestar sobre seu falecimento, ocorrido em 22/12/2023.

Vivemos numa era em que a informação se tornou amplamente acessível, especialmente por meio das redes sociais. Nunca antes na história da humanidade a disseminação de informações foi tão rápida e significativa para a sociedade. No entanto, diante da prematura partida de Jéssica, não podemos ignorar os riscos associados à propagação de informações falsas, desconexas e inverídicas, que têm prejudicado cotidianamente a vida de inúmeras pessoas e afetado a sociedade como um todo.

Embora o direito à liberdade de expressão esteja consagrado na Constituição Federal, sua prática deve observar os demais direitos previstos na Carta Magna, sobretudo o princípio da dignidade da pessoa humana. Torna-se, portanto, imperativo responsabilizar aqueles que ocupam posições de comunicadores em redes sociais pelos impactos de suas ações na vida alheia, assim como determina nosso ordenamento jurídico.

Assim, buscaremos e confiamos na justiça para que todos os envolvidos na disseminação de notícias falsas que possam ter contribuído para o falecimento de Jéssica sejam responsabilizados conforme a lei."

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