Sem citar Bolsonaro, Lula fala de 2026 e diz que não vai 'entregar país de volta àquele bando de malucos'
Em visita ao Ceará, presidente da República silenciou sobre operação da PF contra o ex-presidente
Em seu primeiro discurso após a operação da Polícia Federal (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o presidente Lula (PT) não fez qualquer menção direta à ofensiva contra o antecessor e adversário. Contudo, o petista comentou sobre as eleições do próximo ano, anunciou que deve ser candidato — caso esteja com “saúde e disposição” — e criticou os bolsonaristas, a quem chamou de “bando de malucos”.
O presidente da República desembarcou no Ceará nesta sexta-feira (18) para visitar as obras de um trecho da Transnordestina, em Missão Velha, no Cariri. O político chegou ao local a bordo de uma locomotiva, acompanhado de ministros, entre eles Camilo Santana (PT), e do governador Elmano de Freitas (PT).
“Ano que vem tem eleição, se preparem porque tem muito candidato na praça, todo dia eu vejo uma pesquisa que tem candidato aqui e acolá. Eu só vou decidir se vou ser candidato no ano que vem, porque tenho que conversar com a minha consciência e com vocês, mas quero dizer que não se preocupem, vou fazer 80 anos, se tiver com a saúde e a disposição que eu estou hoje, pode ter certeza que eu serei candidato outra vez para ganhar a eleição neste país”, disse.
“Serei candidato para ganhar a eleição nesse país porque eu não vou entregar esse país de volta àquele bando de malucos que quase destruíram esse país nos últimos anos. Eles não voltarão, eles não voltarão, podem estar certos disso, não é porque o Lula não quer, é porque vocês não vão deixar eles voltarem”
VISITA PRESIDENCIAL
Logo no início do discurso, Lula fez uma brincadeira, mas sem explicar ao que se referia. Ele disse que, “se tivesse juízo, teria mandado fazer um churrasco”. Em seguida, ele destacou a liderança de Camilo Santana e Elmano de Freitas, que teria pressionado o presidente a assinar uma Medida Provisória para liberar a instalação de um datacenter de grande porte no Ceará.
Em seguida, o petista explicou que, como presidente, precisa escolher “onde colocar o dinheiro” do Orçamento Federal e reforçou o compromisso de reduzir as desigualdades no Brasil.
Sobre a Transnordestina, ele cobrou que a obra seja concluída até o próximo ano. “Estou muito orgulhoso de estar aqui, de ter andado de trem, mas eu quero andar de trem até o (Porto do) Pecém. Não faltará dinheiro para concluir a Transnordestina (...) porque eu quero estar nessa obra até o fim do meu mandato, se não en 100%, em 99%, alguma coisa vamos ter que fazer”, concluiu.