Legislativo Judiciário Executivo

"Se vamos preservar 80% da Amazônia brasileira, temos que receber por isso", diz Mourão

Vice-presidente defendeu que o Brasil precisa investir em "crescimento verde" para gerar emprego e renda

Escrito por Caio Sartori/Estadão Conteúdo ,
Mourão fala sobre a Amazônia
Legenda: Mourão afirmou que a legislação ambiental no Brasil é "extremamente pesada"
Foto: Sergio Lima/AFP

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, afirmou nesta sexta-feira (5) que o Brasil precisa investir em "crescimento verde" na Amazônia para gerar emprego e renda na região. Isso seria, na avaliação dele, uma contrapartida para a preservação de 80% da floresta. "Se vamos preservar 80% da Amazônia, temos que receber por isso", disse.

"O Brasil não é nem nunca será um vilão ambiental. Quem viaja este País sabe a quantidade de vegetação original que aqui está preservada. Nossa legislação é extremamente pesada, única no mundo". 

Veja também

Mourão esteve no Rio para participar da terceira edição da Conferência de Comércio Internacional e Serviços do Mercosul, sediada na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Um dos assuntos do evento é o acordo entre Mercosul e União Europeia, ainda em fases de negociação - uma das prioridades europeias é a garantia da preservação ambiental

Na contramão dos dados de desmatamento que marcaram os primeiros anos do governo dele e de Jair Bolsonaro, Mourão alegou que o País vem tentando reverter uma tendência de aumento da destruição da floresta. Segundo o Inpe, no entanto, a devastação cresceu 43% entre abril de 2020 e o mesmo mês deste ano.

COP-26

O presidente e o vice não compareceram presencialmente à COP-26, que acontece em Glasgow, na Escócia. Mourão, contudo, afirmou que o Brasil vem cumprindo seu papel no âmbito dos compromissos assumidos. O general preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal.

O acordo entre Mercosul e União Europeia prevê, no comércio de bens, que 92% das importações feitas pelos europeus de produtos do bloco sul-americano fiquem livres de tarifas por dez anos. Em discurso de abertura, o presidente da CNC, José Roberto Tabros, alegou que a colonização da América do Sul transformou os povos daqui em "europeus". E pregou a união entre os blocos.

De acordo com Mourão, o foco do Brasil é trabalhar pela modernização do Mercosul. "Temos que prepará-lo para um futuro de crescente competição global entre blocos", disse.

Assuntos Relacionados