Legislativo Judiciário Executivo

'Nem os que traíram o PDT em 2022 foram perseguidos', diz Figueiredo sobre desfiliação coletiva

Presidente nacional do PDT, o deputado federal disse que o partido irá 'até última instância' contra pedido de desfiliação de parlamentares

Escrito por Luana Barros , luana.barros@svm.com.br
André Figueiredo
Legenda: Presidente nacional do PDT, André Figueiredo disse que o partido irá 'até última instância' contra o pedido de desfiliação feito por parlamentares e suplentes
Foto: Thiago Gadelha

O deputado federal André Figueiredo (PDT) afirmou que o PDT irá "até a última instância" contra o pedido de desfiliação feito por 14 deputados estaduais e suplentes do partido nesta quinta-feira (14). Na presidência nacional do PDT, Figueiredo rebateu os argumentos usados pelos parlamentares na ação apresentada na Justiça Eleitoral, na qual alegam que sofreram "perseguição implacável". 

"Recebemos a todos em 2015 e sempre fizeram parte de uma família. Nem os que traíram o PDT em 2022 foram perseguidos. Sempre tiveram total autonomia pra criar diretórios nos municípios que são representantes", destacou, em entrevista ao Diário do Nordeste, nesta sexta-feira (15).

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Indagado sobre quem seriam os que "traíram" o partido, ele disse apenas que "pesquisando você saberá". Em 2022, o PDT se dividiu durante a disputa interna sobre quem seria o candidato do partido. O ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT) acabou vencendo a ex-governadora Izolda Cela (sem partido) e concorrendo ao Palácio da Abolição. Contudo, nem todos os parlamentares pedetistas participaram ativamente da campanha em favor de Roberto Cláudio. 

Sobre a ação apresentada à Justiça Eleitoral, pedindo a desfiliação do PDT, André Figueiredo afirma ainda que o texto é "lamentavelmente deplorável" e contém "inverdades e absurdos". "Infelizmente, a submissão faz com que deleguem poderes a uma representação jurídica que faz uma peça fundamentada em mentiras e absurdos. Minha história de quase 40 anos de PDT fala mais alto do que inverdades oportunistas, que tentam mais uma vez ludibriar a Justiça", ressaltou.

Na ação apresentada à Justiça Eleitoral, os autores afirmam ter sido "alvos de uma perseguição implacável, orquestrada pelo Sr. André Figueiredo e seus aliados, que abandonaram qualquer pretensão de aderência aos princípios programáticos do partido, entregando-se a uma gestão autocrática e egoísta focada em interesses pessoais, oscilando entre arbitrariedades e evidentes atentados à democracia ao não aceitar decisões judiciais que estão em pleno vigor, além das deliberações da maioria dos membros do Diretório Regional legitimamente eleitos", alegam.

'Até a última instância'

O posicionamento da Executiva nacional do PDT neste caso será a mesma adotada no processo do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. A sigla integra a ação com argumentos contrários à desfiliação de Evandro e pretende levar o caso para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

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No Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) já houve a autorização, por unanimidade, para que o presidente da Alece deixe o PDT sem risco de perder o mandato como deputado estadual. Ainda resta, no entanto, a análise dos embargos de declaração na Corte estadual. 

Figueiredo ressalta que, assim como no caso de Evandro, o PDT recorrerá "até a última instância". "Rebateremos e comprovaremos que as mentiras não podem prevalecer. Em todas as instâncias necessárias", diz.

Debandada do PDT 

O pedido de desfiliação de deputados estaduais e suplentes do PDT faz parte de um movimento coletivo de saída feito pelos aliados ao senador Cid Gomes (PDT). O ex-governador participou de queda de braço pelo comando do PDT Ceará com o grupo de André Figueiredo — que conta com apoio do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) — nos últimos meses. 

Após impasses administrativos e judiciais, o grupo liderado por Cid optou pela saída da sigla. Além dos parlamentares estaduais, 43 prefeitos anunciaram que estão de saída da legenda. 

Os deputados federais do PDT aliados ao senador Cid Gomes estão "avaliando toda a conjuntura" para saber os próximos passos, informou o deputado federal Eduardo Bismarck (PDT). ao ser indagado se os parlamentares federais farão movimento semelhante aos estaduais.

"Nós, federais, estamos avaliando toda a conjuntura, mas muito especialmente o tratamento que nos será dado dentro do PDT", explicou.

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