‘Não é no xingamento que você vai resolver’, diz Danilo Forte sobre tarifaço de Trump
O deputado federal do União Brasil foi o entrevistado desta quinta-feira (14) da live do PontoPoder
O deputado federal Danilo Forte (União) defendeu uma postura de “maturidade” para enfrentar os impactos do tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump a produtos brasileiros comercializados nos Estados Unidos. O político criticou soluções baseadas em ataques e ironias, e alertou para prejuízos a cadeias produtivas estratégicas para o Ceará.
O parlamentar foi o entrevistado desta quinta-feira (14) da live do PontoPoder. Ele conversou com os editores do PontoPoder, Jéssica Welma e Wagner Mendes.
“Não é no xingamento que você resolve uma relação comercial, tem que ter um pouco de maturidade e entender como é que se resolve isso”, disse.
Ele comentou que, no Ceará, setores como coco, pescado, carnaúba e calçados devem ser os mais diretamente afetados. Forte avaliou que empresas exportadoras brasileiras e importadoras americanas têm papel decisivo para reverter ou minimizar as medidas, como já ocorreu com o ferro, o aço e o suco de laranja, isentos do incremento tarifário.
“E do ponto de vista político, não podemos fazer disso um palanque. Não tem sentido buscar a agressão e a ironia para tentar resolver um problema tão sério. A coisa é muito séria”, frisou.
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“Tem também o papel da diplomacia, que é fundamental. O diplomata não pode simplesmente entrar no discurso da política ou do lado ideológico. Não é direita e esquerda, não é Trump e Lula, não é Bolsonaro e Lula, é um país que tem seus interesses econômicos e condições de colocar um produto que satisfaça um freguês americano, na condição que o poder aquisitivo dos americanos possa pagar”, acrescentou.
Danilo Forte também destacou a importância de ampliar a competitividade nacional e evitar subsídios sem retorno. “O Brasil não pode estar premiando a incompetência”, alertou, ressaltando que medidas como ampliação de prazos tributários e busca por novos mercados são mais sustentáveis que o uso indiscriminado de recursos públicos no setor privado “sem ter a expectativa de retorno”.
Para ele, é hora de “baixar a bola” e apostar no diálogo. “É hora de partir para a diplomacia comercial”, concluiu.