Ministério da Saúde exonera diretora de departamento de Saúde Indígena chefiado por cearense
Carmem Pankararu estava a serviço da pasta em Santarém (PA) quando demissão foi divulgada no Diário Oficial da União (DOU)
A Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde exonerou, na terça-feira (26), a diretora do Departamento de Atenção Primária da Saúde Indígena, Carmem Pankararu. No mesmo dia, a gestora cumpria agenda oficial da pasta comandada pelo cearense Weibe Tapeba (PT). A demissão foi confirmada por meio do Diário Oficial da União (DOU) e, segundo o órgão, “já estava prevista".
Em contato com o Diário do Nordeste, uma fonte da secretaria confirmou que Carmem cumpria agenda em Santarém, no Pará, no dia da divulgação do desligamento. Ela havia viajado para a região Norte na noite da segunda-feira (25). Outra fonte ligada ao departamento da diretora alegou “surpresa” com a exoneração.
“A decisão decorre da necessidade de ajustes na equipe da Secretaria para superação dos desafios existentes na Saúde Indígena”, confirmou a nota assinada pelo secretário da Sesai, Weibe Tapeba, que também é advogado e vereador licenciado do município de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza.
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A mudança na pasta ocorre em meio à emergência de saúde pública no maior território indígena brasileiro, a Terra Indígena Yanomami. A região enfrenta uma grave crise sanitária causada por garimpeiros ilegais e, em 2022, a devastação chegou a 54% do total.
No ano passado, foram notificadas 308 mortes no território e em 2022, 343, segundo dados do Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi). Desnutrição e doenças respiratórias foram as principais causas dos óbitos. Mesmo com a redução, uma resposta mais eficaz à situação tem sido cobrada pelo presidente Lula (PT).
“A Secretaria reconhece e agradece o trabalho prestado pela Diretora neste primeiro ciclo de reconstrução da Saúde Indígena e deseja sucesso em sua trajetória”, finaliza o comunicado da Sesai.
MUDANÇAS NA SAÚDE
A exoneração de Carmem Pankararu é uma das mudanças recentes realizadas pelo Ministério da Saúde. Apenas no início de 2024, outros três gestores foram desligados de suas funções na pasta, como Nésio Fernandes, que comandava a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS).
Em 18 de março, Alexandre Telles deixou o cargo de diretor do Departamento de Gestão Hospitalar (DGH). Um dia depois, Helvécio Magalhães Júnior foi desligado do cargo de secretário de Atenção Especializada à Saúde (SAES).
As mudanças ocorreram na semana da veiculação da reportagem do 'Fantástico', da TV Globo, que denunciou a precarização dos hospitais federais do Rio de Janeiro. O programa visitou as seis unidades fluminenses que são referências no atendimento de alta complexidade. A matéria mostrou casos de precariedade, como leitos equipados em salas trancadas, produtos médicos vencidos e prédios sem manutenção básica de segurança.