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Mauro Cid nega em depoimento plano de fuga por suposta tentativa de fuga investigada pela PF

Procuradoria Geral da República pede aprofundamento das investigações

Escrito por
Redação producaodiario@svm.com.br
(Atualizado às 23:42)
Mauro Cid em sessão do Supremo Tribunal Federal. Imagem usada em matéria onde delator nega em depoimento suposta tentativa de fuga do país
Legenda: Mauro Cid falou por mais de 3 horas e negou ter solicitado passaporte português por meio do ex-ministro Gilson Machado
Foto: Gustavo Moreno/STF

O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, negou em depoimento nesta sexta-feira (12), que tenha solicitado um passaporte português ao ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, num suposto plano de fuga investigado pela Polícia Federal. Ele disse na oitiva que não tem contato com Machado desde o fim do governo Bolsonaro.

O depoimento, que durou mais de 3h, foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, relator do caso da trama golpista.

  • Cid também afirmou que desconhece mensagens atribuídas a ele e reveladas pela revista Veja, onde teria se comunicado com outro aliado de Bolsonaro sobre os termos de sua delação premiada.

O ministro STF também incluiu busca e apreensão na residência de Mauro Cid, além da apreensão de seu celular. Inicialmente estava prevista uma prisão preventiva, mas foi revertida durante a madrugada por Moraes, que optou por ouvi-lo antes de avaliar novas providências.

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A operação se baseia em informações da Polícia Federal, onde apontavam a saída de quatro familiares do tenente-coronel para os Estados Unidos. A Procuradoria-Geral da República (PGR) então solicitou a prisão de Cid, cujo pedido foi revertido por Moraes.

  • O embarque dos pais do ex-ajudante de ordens ocorreu no dia 30 de maio. A esposa dele e uma das filhas também viajaram para Los Angeles.

Segundo a defesa de Cid, o motivo da ida até os EUA se deu em razão da formatura de um sobrinho e o aniversário de 15 anos de uma sobrinha, e que o retorno deles está previsto para 20 de junho.

No entendimento da PGR, esse movimento trouxe indícios de que o ex-ministro do Turismo, Jair Bolsonaro, Gilson Machado, buscava viabilizar a fuga de Mauro Cid do país.

Machado foi preso na manhã desta sexta-feira, após a PF confirmar que ele teria procurado o Consulado de Portugal em Recife, onde mora, para supostamente obter um passaporte europeu ao ex-ajudante de ordens.

A suspeita em torno da viagem se baseia na possibilidade de obstrução do processo da trama golpista que está em andamento no STF, onde Cid é réu junto de Bolsonaro e outras autoridades.

  • A PF então atuou para saber se Machado buscou facilitar a possível saída de Cid do Brasil. 

Em entrevista ao jornal O GLOBO, Machado admitiu ter procurado em maio deste ano, por telefone, o Consulado de Portugal em Recife, mas que sua intenção era tratar do passaporte do seu pai. O STF segue analisando o caso.

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