Legislativo Judiciário Executivo

Luizianne Lins aguarda deportação após Israel concluir audiências de brasileiros detidos em flotilha

Ainda não há prazo para retorno da deputada federal cearense, que segue sob custódia

Escrito por
Marcos Moreira marcos.moreira@svm.com.br
Luizianne Lins em fotos durante a missão humanitária que tentava levar comida e remédios para a Faixa de Gaza
Legenda: Luizianne Lins segue detida após flotilha de missão humanitária ser interceptada por forças israelenses
Foto: Reprodução / Redes sociais

O governo de Israel concluiu, neste domingo (5), as audiências judiciais da delegação brasileira detida durante a missão humanitária para levar mantimentos à Faixa de Gaza, por meio da ‘Global Sumud Flotilla’. O procedimento é a última etapa antes do início do processo de deportação do grupo, que inclui a deputada federal Luizianne Lins (PT). 

Conforme comunicado da assessoria da parlamentar, a finalização das audiências permite que as autoridades israelenses viabilizem os procedimentos de deportação. No entanto, ainda não há confirmação oficial sobre prazos ou condições para isso. 

No sábado (4), Luizianne se recusou a assinar o documento de deportação acelerada das autoridades israelenses por considerá-lo abusivo e em gesto de solidariedade aos demais brasileiros que optaram por não aceitar o acordo, segundo a equipe da deputada. 

Com isso, ela segue sob custódia na prisão de Ketziot, no deserto de Negev, junto a outros estrangeiros que também estavam na flotilha interceptada por forças israelenses em águas internacionais.

“Segundo a coordenação da flotilha humanitária, que levava remédios e alimentos ao povo palestino, os participantes seguem sob custódia israelense em condições gravemente precárias, com restrição de água, alimentação e medicamentos essenciais, além de relatos de forte pressão psicológica e até agressões físicas a alguns dos ativistas”
Comunicado da assessoria da deputada federal Luizianne Lins

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A assessoria divulgou, ainda, que a Embaixada do Brasil em Tel Aviv espera que as informações sobre os voos de deportação sejam comunicadas assim que houver definição por parte do governo israelense.

DEPORTAÇÃO EM CURSO

O primeiro membro do grupo a ser liberado foi Nicolas Calabrese, cidadão argentino-italiano residente no Brasil, também professor de educação física e militante do Psol, segundo nota divulgada pela Global Sumud Flotilla no sábado (4). Ainda não há informações sobre seu retorno ao Brasil.

A organização internacional também informou que outros 14 brasileiros continuam sob custódia, incluindo Luizianne Lins. Os integrantes Thiago Ávila, João Aguiar, Bruno Gilga e Ariadne Telles iniciaram uma greve de fome como forma de protesto pacífico. O grupo alega estar recorrendo ao corpo como forma simbólica de resistência diante das restrições de comunicação.

O Itamaraty declarou que acompanha o caso e mantém diálogo com as autoridades israelenses para garantir a segurança e o retorno dos brasileiros.

OS BRASILEIROS DA FLOTILHA

De acordo com os organizadores, os brasileiros que integravam a missão são:

  •  Luizianne Lins, deputada federal (PT-CE), no barco Grand Blue;
  •  Thiago Ávila, ativista e integrante do Comitê Diretor da Global Sumud Flotilla, no barco Alma;
  •  Bruno Gilga, trabalhador da USP e correspondente do Esquerda Diário, no barco Sirius;
  •  Lisiane Proença, comunicadora popular e ativista socioambiental, no barco Sirius;
  •  Magno Costa, dirigente sindical da USP e integrante da CSP Conlutas, no barco Sirius;
  •  Mariana Conti, vereadora do PSOL em Campinas (SP), no barco Sirius;
  •  Nicolas Calabrese, professor e coordenador da Rede Emancipa, no barco Sirius;
  •  Gabriele Tolotti, presidente do PSOL-RS, no barco The Spectre;
  •  Mohamad El Kadri, presidente do Fórum Latino Palestino, no barco The Spectre;
  •  Ariadne Telles, advogada popular, no barco Adara;
  • Mansur Peixoto, criador do projeto História Islâmica, no barco Adara;
  •  Lucas Gusmão, ativista internacionalista, no barco Yulara;
  •  João Aguiar, militante do Núcleo Palestina do PT-SP, no barco Mikeno;
  •  Miguel de Castro, cineasta e ativista, no barco Catalina;
  • Hassan Massoud, jornalista correspondente da Al Jazeera. 
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