Juiz suspende divulgação de pesquisa eleitoral em Martinópole por suspeita de favorecimento político
Novas eleições para prefeito e vice estão marcadas, neste domingo (1º), em Martinópole, Missão Velha e Pedra Branca
O juiz da 25ª zona eleitoral de Granja, Hugo Gutparakis Miranda, suspendeu, neste sábado (31), a divulgação de pesquisa eleitoral contratada pelo candidato à prefeitura de Martinópole, Betão Souza (PP), por suspeita de favorecimento à sua campanha política.
Nas redes sociais, Betão afirma que a pesquisa não foi de iniciativa da sua campanha nem dos partidos que o apoiam, e sim de um "cidadão de bem" de Martinópole. Segundo ele, diante da decisão judicial, nenhuma pesquisa será divulgada.
A decisão foi tomada, após representação da coligação adversária, que representa o candidato Junior Fontenele (PL). Caso a medida não seja cumprida, Betão pode pagar multa de R$ 50 mil.
Novas eleições para prefeito e vice ocorrem, neste domingo (1º), em Martinópole, Missão Velha e Pedra Branca. Ao todo mais de 69 mil eleitores deverão voltar às urnas para eleger os gestores municipais.
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Denúncia
De acordo com a denúncia, a pesquisa eleitoral favorece a campanha de Betão (PP) por "incongruências" e "variantes tendenciosas" para certos subgrupos populacionais.
A pesquisa levou em consideração 300 entrevistados, sendo que, destes, 234 residiriam na sede de Martinópole e 66 na zona rural da cidade.
Além disso, a empresa contratada para realizar a pesquisa é investigada pelo Ministério Público Eleitoral, desde 2009, por suspeitas de fraudes e o endereço informado pela empresa à Receita Federal não existe.
Riscos para eleição
Na decisão, o juiz constatou que a empresa encontra-se com a situação cadastral "inapta", na Receita Federal, em razão de omissão de declarações.
O magistrado também verificou que não consta no site da Receita qualquer endereço, tampouco a descrição das atividades econômicas desenvolvidas pela empresa.
O juiz Hugo Gutparakis afirma na decisão que existem elementos suficientes para se questionar a idoneidade da pesquisa eleitoral. Para ele, não restam dúvidas do perigo de ocorrência desse dano.
Caso levada a público uma pesquisa realizada por empresa suspeita, cuja credibilidade não resulta devidamente comprovada, há o risco do comprometimento da manifestação consciente dos eleitores no dia do pleito municipal
Outro lado
Nas redes sociais, Betão disse ser favorável à liberdade de informação, mas que, em respeito à decisão judicial, divulgará o resultado de qualquer pesquisa.
Somos favoráveis sempre à liberdade de informação e que as pessoas tenham acesso a diversas fontes para formar a sua opinião. Porém, diante da decisão de nossa egrégia Justiça Eleitoral, nenhuma de nossas redes sociais divulgou ou divulgará qualquer resultado de pesquisa. Já temos pesquisas internas que nos dão segurança e cada vez mais motivação para enfrentar e vencer a eleição amanhã, dia 1º de agosto