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Grupo de Cid consegue assinaturas para nova eleição no PDT: 'Fomos desmoralizados', diz líder na AL

É necessário que a convocação seja apoiada por, pelo menos, 28 dos membros titulares da diretoria, e o bloco cidista conseguiu quase o dobro

Escrito por Alessandra Castro, Ingrid Campos ,
Romeu Aldigueri, PDT, Cid Gomes, André Figueiredo
Legenda: Romeu Aldigueri.
Foto: Divulgação/Alece

Com mais de 50 assinaturas, o grupo liderado pelo senador Cid Gomes no PDT Ceará consegue apoio suficiente para convocar uma reunião extraordinária do diretório estadual. O objetivo é eleger uma nova Executiva para o partido com Cid permanentemente no comando, sem chances para destituição até uma nova eleição. A maioria absoluta foi confirmada pelo líder do governo na Assembleia Legislativa, Romeu Aldigueri (PDT).

"Nós temos que ser grandes, dialogar. Nós temos a maioria e o direito regimental de convocar o diretório, não temos? É convocado por um terço, nós temos a maioria absoluta. Nós fomos desmoralizados, desrespeitados, então é a prevalência interna", afirmou.

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Pelo estatuto do partido, é necessário que o requerimento de convocação contenha pelo menos 1/3 (28) das assinaturas dos membros titulares da diretoria, e o bloco cidista conseguiu quase o dobro, segundo o líder do governo.

Para manter a data prevista da convocação do diretório e eleição para o dia 16, é necessário protocolar o documento até 8 dias antes. Como não querem correr risco, aliados fizeram uma força-tarefa para lembrar prefeitos – os principais interessados na resolução do impasse – de deixarem suas assinaturas. 

Apesar do apoio, Aldigueri questiona como o outro segmento pedetista liderado pelo deputado federal André Figueiredo vai se comportar diante da discussão agendada. 

"O que vai acontecer? Nós vamos ganhar e não vamos levar, vão fazer uma outra intervenção? Isso mostra que o partido não existe, que é uma ditadura a nível nacional. [...] O PDT virou um cartório feudal? É um senhor feudal? Duas pessoas mandam no partido todo, no Brasil, ninguém respeita mais a democracia? É isso que está acontecendo", avalia. 

"Então nós vamos cumprir rigorosamente todas as regras eleitorais, partidárias, convocar o diretório, fazer eleição da nova executiva democraticamente. Nós estamos fazendo o correto. Não fomos nós que quisemos assim. Nós queremos é pacificar, construir o partido, tornar o partido grande", completa.

O Diário do Nordeste consultou a assessoria de imprensa de André Figueiredo para ele se pronunciar sobre as declarações de Romeu Aldigueri e foi informada de que, por enquanto, ele não está comentando sobre o assunto.

'Extinção'

Tendo em vista que o grupo liderado por Cid no PDT reúne a maioria dos mandatários do partido, para Aldigueri, a cisão pode levar a um enfraquecimento da legenda com desfiliações e até à extinção. 

"O PDT, do jeito que está sendo conduzido, hoje, caminha com a extinção. O que era o PDT anos atrás? Quantos deputados federais não tínhamos há doze, oito anos? Quantos senadores nós tínhamos? Quantos governadores? O PDT, hoje, a nível nacional, se resume praticamente ao Ceará porque tem cinco deputados federais, treze deputados estaduais. Como você não respeita a maioria?", disse o deputado.

"Nós temos 57 prefeitos, e 55 estão com o senador Cid. Todos os deputados federais, com exceção do André, estão com Cid. De 13 deputados estaduais, dez estão com Cid. Queremos esquecer a eleição de 2022, as urnas já falaram. Nós temos a eleição municipal a fazer. Do jeito que vai, nós vamos perder 98% dos prefeitos, vão sair do partido. Se fizer uma enquete hoje, 90% dos deputados estaduais e federais desejam sair do partido porque estão se achando discriminados, perseguidos", declarou.

Novo embate no PDT

O movimento ocorre após um novo episódio da crise no PDT tomar repercussão na última segunda-feira (2), com a destituição do senador do comando interino da legenda por André Figueiredo. Licenciado do cargo desde julho devido a um acordo firmado com Cid, o deputado revogou a licença sem aviso prévio, surpreendendo Cid e o seu grupo.

Com isso, Figueiredo voltou a acumular a função de presidente do PDT Ceará e Nacional — este último de forma interina. 

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Como justificativa para a decisão, o deputado federal alegou "descumprimentos" feitos por Cid enquanto estava na interinidade, como a concessão de uma carta de anuência para que o presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), deputado Evandro Leitão, deixasse a sigla sem sofrer qualquer sanção e a tentativa de aderir oficialmente à base do Governo Elmano de Freitas (PT).

No mesmo dia, à tarde, o senador reagiu e convocou uma comitiva de deputados estaduais e federais para traçar as estratégias a partir de então. A decisão de convocar o diretório foi tomada, e a coleta das assinaturas iniciada. Na ocasião, ele rebateu os argumentos de Figueiredo e disse que o único compromisso firmado era "futuro", previsto para dezembro, quando tinha acertado de apoiar a recondução de André à presidência da agremiação estadual.

 

 

 

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