Eleições 2024 em Iguatu: conheça os candidatos e entenda a disputa pela prefeitura
Diário do Nordeste lista quem vai concorrer ao pleito e detalha o cenário político no 9º maior colégio eleitoral do Ceará
Iguatu, na região Centro-Sul do Ceará, terá seis candidaturas para o cargo de prefeito no pleito municipal de outubro. O quantitativo foi consolidado após o período de convenções eleitorais, que encerrou no último dia 5 de agosto.
No município, partidos que fazem parte da base do Governo do Estado vão compor palanques distintos. O próprio Partido dos Trabalhadores (PT), que optou pela candidatura de Ilo Neto (PT), filho do deputado estadual Agenor Neto (MDB), é um deles.
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A candidatura petista foi viabilizada após um racha em março deste ano. O estopim foi a aprovação da filiação de Ilo pelo diretório estadual — o político naquela época já era considerado pré-candidato, apesar da indicação de Sá Vilarouca pelo diretório municipal da sigla, formalizada em janeiro.
O desembarque de Ilo no PT contou com o apoio de lideranças estaduais da sigla. Segundo o próprio político, nomes como o ministro Camilo Santana, o governador Elmano de Freitas e o líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães, o convidaram para fazer parte do grupo.
A divergência na legenda desencadeou um conflito interno, tornado público após notas de repúdio divulgadas pelo órgão partidário local. Em seguida, Sá se desfiliou do PT, onde estava há quase 40 anos, e se tornou membro do Partido Socialista Brasileiro (PSB).
O PSB então lançou Vilarouca para o pleito municipal, dividindo os votos do eleitorado afeito ao espectro político representado pelo petismo na cidade.
Mas o cenário de divergências e mudanças não é exclusivo dos partidos que integram a aliança que sustenta a gestão estadual. Em Iguatu, o União Brasil (União), que tinha o ex-prefeito interino e presidente da Câmara Municipal, Ronald Bezerra, como pré-candidato à Prefeitura, irá apoiar Roberto Costa Filho (PSDB) na corrida eleitoral para o Executivo.
Ainda na listagem de postulantes à cadeira de comando do Município estão Capitão Helder (PL) e Augusto Correia Lima (Mobiliza). Todos os políticos mencionados farão oposição ao candidato apoiado pelo atual prefeito Ednaldo Lavor (PSD), o vereador Rafael Gadelha (PSD).
Veja quem são os candidatos por ordem alfabética:
Augusto Correia Lima
O Mobiliza terá uma candidatura no município do Centro-Sul cearense nesta eleição. O representante da sigla no pleito será Augusto Correia Lima, que é comerciante local.
A chapa apresentada pelo Mobiliza é formada apenas por filiados ao partido, já que Paulo de Alzira, o vice, integra o mesmo quadro partidário que Augusto.
Em 2020, o postulante tentou ser candidato a prefeito de Iguatu — quando a sua legenda ainda se chamava Partido da Mobilização Nacional (PMN) —, mas foi considerado inapto pela Justiça Eleitoral, conforme aponta a plataforma DivulgaCand, gerida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Presidido por Reginaldo Moreira no Ceará, o Mobiliza contará com R$ 3,4 milhões do Fundo Eleitoral na disputa deste ano.
Capitão Helder
Pai e filho irão concorrer numa chapa pela Prefeitura de Iguatu neste ano. São eles Capitão Helder (PL) e Pedro Helder (Novo). O prefeiturável, que é capitão da reserva do Exército Brasileiro, é historiador e agropecuarista e já atuou em missões de paz pela Organização das Nações Unidas (ONU), conforme informações disponibilizadas pelo candidato nas redes sociais.
O vice, Pedro Helder, é médico, formado pela Universidade Federal do Ceará. Também serviu na Marinha do Brasil.
A coligação é formada exclusivamente pelo Partido Liberal (PL) e pelo Partido Novo. O senador Eduardo Girão (Novo) é um dos aliados dos candidatos. Em julho, em vídeo no qual fala publicamente sobre a parceria entre partidos, ele se disponibilizou como apoiador do projeto da chapa.
O PL, do Capitão Helder, é comandado no Ceará pelo deputado estadual Carmelo Neto (PL) e tem candidaturas oficializadas em cidades importantes do Estado, como Fortaleza, Caucaia e Maracanaú.
Ilo Neto
Engenheiro Civil, Ilo Neto chegou ao PT em março deste ano, com o apoio de nomes de relevância na sigla. Ele é filho do deputado Agenor Neto, que foi prefeito de Iguatu, e neto do ex-deputado José Ilo Alves, que faleceu em dezembro de 2023.
A chapa majoritária encabeçada por Ilo é composta também pelo advogado e professor da Universidade Regional do Cariri (URCA), José Ivo Ferreira (MDB). Compõem a coligação a Federação Brasil da Esperança (PT-PV-PCdoB), o Republicanos, o Progressistas, o MDB e o Solidariedade.
Entre os aliados e “padrinhos políticos” de Ilo, estão, além do seu pai, o ministro Camilo Santana, a vice-governadora Jade Romero (MDB), o deputado federal José Guimarães, e o deputado federal Eunício Oliveira (MDB).
Uma das apostas do candidato petista é a relação com o Governo do Estado e com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que, em abril deste ano, cumpriu agenda em Iguatu e fez fotos com o aliado.
Rafael Gadelha
Já o PSD, atualmente à frente da Prefeitura, com Ednaldo Lavor, que chega ao fim do segundo mandato; oficializou a candidatura do vereador Rafael Gadelha.
A chapa tem como candidato a vice-prefeito o também vereador Bandeira Jr (Avante), que já foi presidente da Câmara e está no quarto mandato no Legislativo. Além de PSD e Avante, a coligação que vai disputar a preferência do eleitorado iguatuense em outubro conta com a participação do Agir.
Ednaldo Lavor é um dos “padrinhos” da candidatura pessedista na localidade. O presidente do PSD Ceará, o deputado estadual Domingos Filho, que exerce influência política na região, é outro aliado importante para Gadelha, além do deputado federal Domingos Neto, também liderança da legenda.
Com a missão de defender as ações da atual gestão, um dos desafios da chapa é administrar também os desgastes. Na visita de Lula, em abril, o prefeito Ednaldo Lavor chegou a ser vaiado por opositores, o que já apontou para o clima acirrado que deve se estabelecer na disputa eleitoral.
Roberto Costa Filho
O candidato da federação PSDB-Cidadania é advogado e filho de Roberto Costa, ex-deputado estadual e ex-prefeito de Iguatu, morto em 1994, durante o mandato, e sobrinho do também ex-prefeito da cidade, Edilmo Costa. O vice na chapa é o empreendedor e agropecuarista Francisco das Frutas, também do PSDB.
Costa Filho filiou-se à sigla tucana neste ano, no processo de renovação partidária dos filiados, sob a presidência do vice-prefeito de Fortaleza, Élcio Batista. A filiação foi celebrada pelo ex-ministro e ex-governador Ciro Gomes (PDT), de quem o pai foi aliado durante o período em que governou o Estado. Apesar da relação entre PDT e PSDB no nível estadual, o partido de Ciro apoia o PSB em Iguatu.
Quem está na coligação é o União Brasil, com apoio do deputado federal Danilo Forte. Quem também já declarou apoio à candidatura foi o ex-deputado estadual Nizo Costa (PT) e o ex-prefeito de Iguatu Hildernando Bezerra.
Em 2024, o PSDB tenta restabelecer a força política nos municípios do Estado. Em 2020, o partido elegeu três prefeitos, mas perdeu os nomes para outras siglas nos últimos anos.
Sá Vilarouca
Fundador do PT em Iguatu, Sá Vilarouca deixou o tradicional partido, pelo qual já havia concorrido a prefeito, e se filiou ao PSB em 2024, após o PT decidir apoiar o recém-filiado Ilo Neto. Empresário local, ele é engenheiro eletricista e vai dividir a chapa com o ex-vereador Mário Rodrigues (PDT).
Além do PSB e do PDT, a coligação para prefeito conta com o Podemos.
A campanha de Sá também terá nomes tradicionais da política no município, como o deputado estadual e ex-vice-prefeito Marcos Sobreira (PDT), filho do ex-prefeito de Iguatu e ex-deputado Marcelo Sobreira e da ex-deputada Mirian Sobreira.
A candidatura de Sá também marca uma união inesperada nas eleições. Os irmãos Cid Gomes (PSB) e Ciro Gomes (PDT), lideranças em seus respectivos partidos, mesmo rompidos politicamente, também formam a coalizão de apoio ao empresário.