Desfiliação de Evandro Leitão: Justiça autoriza que testemunhas do PDT Nacional sejam ouvidas
Cinco testemunhas serão ouvidas, duas do diretório regional e três do nacional
O juiz Francisco Érico Carvalho Silveira autorizou a entrada do PDT Nacional no processo que analisa a validade da desfiliação do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Evandro Leitão. O político recebeu aval do diretório estadual da legenda, mas a cúpula nacional alega que o ato não tem validade.
A disputa interna na legenda, que já se arrasta desde as eleições do ano passado e tem neste caso seu capítulo mais recente, agora foi parar na Justiça.
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“Destaca-se que tanto o diretório nacional quanto o regional do Partido Democrático Trabalhista (PDT) entendem tratar-se de caso de legitimação concorrente entre os órgãos de representação partidária para a defesa dos interesses da agremiação”, escreveu o magistrado na decisão.
Ele ainda determinou a realização de uma audiência de instrução para o próximo dia 4 de outubro.
Silveira autorizou que cinco testemunhas sejam ouvidas no caso. Do diretório nacional do PDT, irão testemunhar Eroídes Aparecida Lessa, Ian Rodrigues Dias e Marcos Ribeiro de Ribeiro.
Já do PDT Ceará, as testemunhas são os deputados estaduais Romeu Aldigueri (PDT), líder do Governo Elmano, e Guilherme Landim (PDT), líder da sigla na Alece.
Impasse
No último dia 25 de agosto, o PDT Ceará concedeu uma carta de anuência a Leitão para que ele deixe a sigla. O nome dele é ventilado há alguns meses como possível candidato para a Prefeitura de Fortaleza em 2024. Evandro, inclusive, chegou a receber convites para se filiar ao PT e ao PSB.
Contudo, minutos após a decisão, o presidente nacional do partido, o deputado federal cearense André Figueiredo (PDT), alegou que o ato foi “nulo”, já que a decisão precisaria de aval do diretório nacional.
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Em 29 de agosto, Evandro Leitão encaminhou uma ação de “justificação de desfiliação” ao Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE). Mais cedo, no mesmo dia, ele havia usado a tribuna da Casa para anunciar a desfiliação do partido.
No documento enviado à Justiça Eleitoral, o político alegou que sofreu “grave discriminação política e perseguição pessoal” por parte dos dirigentes do PDT-CE nas eleições do ano passado.
Conforme o presidente da Alece, a perseguição ocorreu na “total ausência de repasses financeiros pelo Diretório Estadual do PDT para a campanha” de Evandro Leitão, mesmo com ele sendo um dos quadros do partido com maior potencial de voto, tanto que foi o segundo parlamentar estadual mais bem votado nas urnas em 2022.