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Crise pós-eleição e impasse sobre presidência do partido devem movimentar o encontro regional do PDT

Fortaleza receberá a primeira reunião regional da sigla em 2023, que deve reunir lideranças políticas pedetistas em momento de aprofundamento da crise vivida pela legenda

Escrito por
Luana Barros, Ingrid Campos producaodiario@svm.com.br
PDT Ceará
Legenda: Último encontro regional do PDT em Fortaleza ocorreu em maio de 2022, antes das eleições para o Governo do Ceará
Foto: Fabiane de Paula

O encontro regional do PDT, agendado para o final desta semana em Fortaleza, deve reunir lideranças políticas da legenda em um momento de aprofundamento da crise interna vivida pelo partido no Ceará desde o rompimento da aliança com o PT para as eleições de 2022. 

Os parlamentares da bancada do PDT na Assembleia Legislativa do Ceará e na Câmara Municipal de Fortaleza repercutiram o assunto nesta terça-feira (20) tanto na tribuna como em entrevistas ao Diário do Nordeste. De forma geral, os pedetistas têm expectativa de que o encontro discuta "os rumos do partido", principalmente com a continuidade da crise interna. Alguns ainda apostam na "unificação" do partido, enquanto outros não descartam a possibilidade de um esvaziamento do partido. 

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Um dos focos tem sido o impasse sobre a presidência do PDT Ceará. O senador Cid Gomes (PDT) vem falando do interesse de assumir o comando do partido no Estado, ressaltando, inclusive, que representa "sentimento majoritário" da legenda - o de retomar aliança com o PT, aliando-se ao governador Elmano de Freitas (PT). 

Atualmente no comando do partido no Ceará, o deputado federal André Figueiredo (PDT) está mais alinhado com o posicionamento do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), que lidera o PDT Fortaleza, de permanecer na oposição a Elmano. Figueiredo chegou a criticar "obras paralisadas" nas gestões do atual governador e dos ex-governadores Camilo Santana (PT) e Izolda Cela (sem partido).

'Apelo' por Cid Gomes na presidência do PDT

O deputado estadual Osmar Baquit (PDT) levou o encontro regional do partido para a tribuna da Assembleia nesta terça-feira (20). Segundo ele, é momento de "desmontar o palanque da eleição passada" para que seja possível "reconstruir o PDT". 

O parlamentar defendeu que o senador Cid Gomes esteja à frente do partido, não apenas como forma de reunificar a legenda como de dar força à sigla nas articulações para as eleições municipais no Ceará. "Será que não está na hora de enxergar que quem conduz isso, quem poderá nos unir e ter tempo para articular se chama Cid Ferreira Gomes?", indagou o parlamentar.

Guilherme Landim (PDT) elogiou a condução feita por André Figueiredo, mas disse que, "nesse momento", devido à "envergadura do respeito que as lideranças do Ceará têm pelo senador Cid, ele pode contribuir muito mais com a unidade, com a pacificação e com o crescimento do PDT a nível estadual", disse.

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Aliado ao ex-prefeito Roberto Cláudio, o deputado Antônio Henrique discordou do posicionamento dos colegas. "O senador Cid Gomes contribui muito como senador, como filiado, como membro desse partido, ele pode nos ajudar. Agora não acredito que para ele ajudar seja, obrigatoriamente, assumir a presidência", disse. 

O parlamentar acrescentou que se sente "confortável" sob a liderança de André Figueiredo. Ao rebater o colega de bancada, Baquit aproveitou para ressaltar que Figueiredo exerce quatro cargos partidários - além de presidente do PDT Ceará, é presidente da Executiva nacional e líder do PDT e do bloco parlamentar formado por nove partidos na Câmara dos Deputados. 

"Vossa Excelência defende uma pessoa que não tem 10% ou 5% da liderança do Cid no Estado", completou Baquit, que disse ainda fazer "apelo" pela mudança de comando. "O Cid nos representa. Estou fazendo apelo porque acho que ainda dá tempo". 

Também alinhado com ala oposicionista ao Governo Elmano, o deputado Cláudio Pinho (PDT) afirmou que falta "diálogo" no partido. "Se não querem fazer o diálogo, que liberem para que cada um possa tomar o rumo", disse. 

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'Verdadeiros pedetistas'

Do lado da Câmara Municipal, os vereadores do PDT também citam a necessidade de discutir "o futuro do partido em âmbito nacional e municipal", afirma o vice-presidente da Casa, Paulo Martins (PDT). O parlamentar ressalta que a expectativa é de que seja um "encontro pacífico" para definir "o rumo do partido". 

Para o vereador Adail Júnior (PDT), no entanto, não será possível fugir do tema central da crise interna do partido desde as eleições: o racha com o PT na disputa eleitoral pelo Palácio da Abolição. 

Ele cita que diversas lideranças petistas, como o líder do Governo Lula na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), têm ressaltado que o PT terá candidato para a Prefeitura de Fortaleza - que deve rivalizar com o prefeito José Sarto (PDT). 

Segundo ele, está na hora do PDT decidir "que quem vai ficar são os verdadeiros pedetistas e não o 'PT do PDT'". "A gente sabe que tem um grupo do PDT que pertence mais ao PT que ao próprio PDT. Está na hora de dar um esbarro", criticou o vereador.

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Líder do prefeito Sarto na Câmara, Carlos Mesquita (PDT) ressaltou que está sendo feita uma "polarização" entre o governador Elmano e o prefeito Sarto, que "não é benéfica para a nossa cidade".

Sobre o encontro, ele ressalta que a expectativa é construir um "PDT forte" e chamou de "fantástica" a gestão feita por André Figueiredo no diretório estadual. 

Em relação ao impasse vivido pelo comando do partido, o vereador Lúcio Bruno (PDT) prefere ser cauteloso. "Isso é uma coisa que tem que ser discutida mais lá na frente", considera. "Todo mundo é do PDT, são pessoas maduras, são políticos experientes, na hora certa, irão sentar e tomar a melhor decisão para o partido". 

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