Eduardo Bismarck critica concentração de poder por Figueiredo no PDT; presidente rebate
Licenciado da Câmara após acordo, Eduardo Bismarck visitou a Assembleia Legislativa nesta terça
Em meio à crise interna no PDT, o líder da bancada federal do Ceará, Eduardo Bismarck (PDT), criticou, nesta quinta-feira (1º), a concentração de poder partidário em seu correligionário e colega de Parlamento, deputado federal André Figueiredo (PDT). Para ele, a presidência do diretório estadual da sigla deveria ser passada para o senador Cid Gomes (PDT), que já demonstrou interesse em assumir o comando e é a liderança com cargo político mais alto dentro da agremiação.
Primeiro-vice-presidente do PDT no Ceará, Cid não assumiu a legenda no Estado com a ida de André Figueiredo, de forma interina, para a direção nacional do partido em fevereiro deste ano. Desde então, Figueiredo acumula a presidência nacional e estadual da agremiação em meio à divisão de correligionários sobre a aliança com o Governo de Elmano de Freitas (PT).
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"Ele é líder da bancada (do PDT na Câmara do Deputados), presidente nacional, presidente estadual. Isso não é saudável para o partido. E não seria saudável para nenhum partido. Então, eu vejo que, além do Cid representar a corrente majoritária, da capacidade de diálogo do Cid, é importante que os espaços do partido sejam preenchidos por outras lideranças, e não apenas pelo André em todas. Daqui a pouco surge a municipal de Fortaleza, ele vai querer ser o presidente também?"
No início do mês de maio, Cid Gomes declarou, publicamente, que tem a "pretensão de vir a presidir" o PDT no Ceará e que representa o "sentimento majoritário" do partido. A fala ocorreu após especulações sobre a saída do senador do PDT diante de divergências com correligionários que defendem ser oposição ao Governo Estadual. É o caso da cúpula do PDT Fortaleza, liderada pelo ex-prefeito Roberto Cláudio.
Procurado para se posicionar sobre o assunto, André Figueiredo disse que está "à disposição para quem quiser dialogar comigo os rumos do Partido e até de outros que familiares presidem".
Pai de Eduardo Bismarck, o prefeito de Aracati, Bismarck Maia, deixou o PDT para assumir o comando do Podemos, no início de maio, com apoio de Cid Gomes.
'Sentimento majoritário'
Nesta quinta-feira, durante visita à Assembleia Legislativa do Ceará, Eduardo Bismarck concordou que o senador representa o "sentimento majoritário" dos pedetistas. O deputado federal se licenciou da Câmara dos Deputado nesta quarta-feira (31), para a suplente Enfermeira Ana Paula (PDT) assumir. Ele é um dos parlamentares que apoiam o governador Elmano de Freitas e o Governo Lula (PT).
"O senador Cid é uma pessoa de diálogo, e a história dele mostra isso. Ele, sendo uma pessoa que tem essa característica de dialogar, de unir forças que às vezes estão muito distantes, é o nome ideal para esse momento em que o PDT está rachado", defendeu.
Na ocasião, Eduardo Bismarck elogiou André Figueiredo, com exaltação à condução da bancada do PDT na Câmara, mas disse que o partido precisa se unir para pensar nas eleições de 2024, principalmente na Capital. Para o pleito do ano que vem, deputados estaduais da legenda têm ventilado o nome de Evandro Leitão (PDT) para o páreo, enquanto a cúpula de Fortaleza defende a reeleição do prefeito José Sarto (PDT).
"Nós temos dentro dessa base governista muitos que querem que a Prefeitura (de Fortaleza) dê certo. Eu me somo a eles. Então, tudo que nós pudermos fazer para construir um diálogo, para sairmos com a decisão de consenso para a eleição do ano que vem, nós faremos. (...) Por outro lado, acho que o partido tem que dar espaços para as lideranças. Não pode uma única liderança ter tudo ao mesmo tempo. E o André que é o nosso líder de bancada (do PDT na Câmara), portanto, já é o líder da bancada federal", acrescentou.