Depois da quarta derrota na disputa pela presidência da República, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) viajou aos Estados Unidos e ficou boa parte do primeiro semestre deste ano fora do País.
Em silêncio por todo esse período, esperava-se que o cearense se pronunciasse sobre a gestão do presidente Lula ou do governador Elmano de Freitas – já que ele trabalhou pela eleição de Roberto Cláudio –, mas não foi o que aconteceu.
A única declaração pública que deu sobre política foi em Portugal, em uma palestra no mês passado. E só.
Presente na cerimônia de posse da nova presidência do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE), nessa sexta-feira (2), Ciro, mais uma vez, não quis conversar com os jornalistas.
O evento acabou não sendo tão confortável assim para o ex-ministro, já que Cid Gomes também foi à cerimônia. Após críticas públicas por conta da eleição do ano passado, o clima familiar não é dos melhores.
Não há registros que os dois tenham trocado palavras durante a festa da posse do desembargador Raimundo Nonato Silva Santos. Chegaram e foram embora separados. Sequer participaram da mesma roda de conversa em uma sala reservada para os convidados.
Com Cid na mesa e Ciro na plateia do evento (um de frente para o outro), esse foi o momento de maior "contato" entre os irmãos na sede da Corte. Recentemente, Cid declarou que não falaria mais sobre assuntos familiares em público e chegou a fazer elogios ao irmão.
Ciro, por outro lado, disse durante a campanha que o coração "doía" com o cenário de distanciamento. Depois disso, não fez mais comentários, nem parabenizou publicamente o senador pelo aniversário.
Crise pedetista
Somado ao tom morno que tem dado às poucas agendas, Ciro anda distante das burocracias do PDT. O clima de desgaste entre correligionários ainda não esfriou.
Parlamentares do PDT inclusive já começam campanhas paralelas de quem deve virar presidente. André Figueiredo tem mandato até dezembro de 2023.
Enquando Cid quer coordenar os próximos passos da legenda, Ciro não tem feito movimentos nesse sentido, apesar de o atual presidente ter nele um aliado.