Legislativo Judiciário Executivo

Camilo Santana questiona operação da PF: 'estranhamente de investigações de uma década atrás'

Governador fez elogios aos aliados Cid e Ciro Gomes: "grandes homens públicos, pessoas íntegras"

Escrito por Jéssica Welma , jessica.welma@svm.com.br
Cid Gomes com Camilo Santana
Legenda: Cid Gomes é o antecessor de Camilo Santana no Governo do Ceará
Foto: Thiago Gadelha

O governador do Ceará, Camilo Santana (PT), repercutiu a operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (15) que atinge os irmãos Cid e Ciro Gomes, ambos do PDT, principais aliados políticos do governador no Estado. Camilo levantou suspeitas sobre a operação. 

"Sobre ação da PF hoje, estranhamente de investigações de uma década atrás, expresso todo o meu respeito pelos ex-governadores Ciro e Cid Gomes, grandes homens públicos, pessoas íntegras, que já prestaram e continuam prestando relevantes serviços para o Ceará e para o Brasil", escreveu o petista.

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A "Operação Colosseum", deflagrada na manhã desta quarta, cumpriu 14 mandados de busca e apreensão no Ceará e em outros três estados para apurar fraudes e corrupção nas obras da Arena Castelão, entre 2010 e 2013, em Fortaleza.

O questionamento à operação segue o mesmo mote da defesa do ex-ministro e pré-candidato a presidente da República, Ciro Gomes. Em publicação nas redes sociais, Ciro nega qualquer ligação com fraudes envolvendo a obra da Arena Castelão e diz que a ação é um ataque à sua pré-candidatura à Presidência da República.

"Não tenho dúvida de que esta ação tão tardia e despropositada tem o objetivo claro de tentar criar danos à minha pre-candidatura à presidência da republica. Da mesma forma tentaram 15 dias antes do primeiro turno da eleição de 2018", declarou.

Repercussão


Às vésperas de um ano eleitoral, a operação tem mobilizado aliados e opositores nas redes sociais entre ataques e defesas aos líderes políticos.

O presidente estadual do PDT, deputado federal André Figueiredo, fez crítica ao juiz Danilo Dias Vasconcelos de Almeida, que autorizou os mandados de busca e apreensão, por ter absolvido homem que negou a existência do holocausto.

"Inadmissível ver um integrante do judiciário tomar decisões absurdas como esta contra @senadorcidgomes e @cirogomes. Repugnante ver o mesmo juiz que absolveu um neonazista, determinar um mandato de busca e apreensão descabido e intempestivo", escreveu Figueiredo.

O prefeito de Fortaleza, José Sarto (PDT), também saiu em defesa dos aliados. "Conheço e acompanho a trajetória dos dois há 40 anos e sou testemunha da dedicação e do zelo pelo bem da coletividade", disse o gestor, que, como o governador Camilo, viu com "estranheza" a operação da Polícia Federal. Com discurso alinhado, Roberto Cláudio (PDT), ex-prefeito da Capital, também disse achar "estranha e excessiva uma operação dessa natureza, realizada quase uma década após o aludido fato investigado".

A história repercutiu, ainda, entre governadores do Nordeste. Flávio Dino (PSB), governador do Maranhão, disse não haver, até o momento, razão consistente para as "medidas coercitivas decretadas". "Investigações podem ocorrer, mas sempre observando as garantias legais", comentou.

O principal nome de oposição no Estado aos irmãos Cid e Ciro Gomes, o deputado federal Capitão Wagner (Pros) compartilhou notícia indicando envolvimento dos ex-governadores e disse: "o golpe tá aí! Cai quem quer!". Ele também fez menção a outras acusações de supostos casos de corrupção que atingem o grupo político.

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