André Figueiredo defende PDT na base de Evandro Leitão: 'Não interessa implodir o partido'
Dirigente nacional do partido fala sobre aliança com o PT e unificação de alas
Presidente interino do Partido Democrático Trabalhista (PDT), o deputado federal André Figueiredo falou, na noite deste domingo (27), quando acompanhou a comemoração do petista no comitê central da campanha, que irá trabalhar para a sua legenda estar na base do governo do prefeito eleito de Fortaleza, Evandro Leitão (PT), na Câmara Municipal.
Apoiador do petista no segundo turno, Figueiredo também declarou que pretende unir, nesse novo caminho que a sigla irá tomar, os correligionários que optaram por apoiar André Fernandes (PL), como o ex-prefeito Roberto Cláudio, ou que demonstraram oposição ao projeto de Evandro, como foi o caso do ex-governador Ciro Gomes.
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“Nós temos que reconhecer, enquanto partido político, quem ganha uma eleição. Então, essa é a vitória do Evandro. E eu vou trabalhar duramente, claro, para que o PDT seja a base do governo Evandro na Câmara Municipal”, disse o dirigente quando questionado por jornalistas.
Quanto ao racha vivido pela sua legenda, André Figueiredo reconheceu que, no PDT, esse não é um “assunto muito fácil”, já que, segundo ele, o trabalhismo tem enfrentado “dificuldades internas” desde 2022. Entretanto, pelo que disse, “o PDT Nacional tomou um posicionamento e a democracia venceu em Fortaleza”.
“Respeitando quem fez opção pelo outro candidato, vamos, evidentemente, passar por um momento de muitos diálogos para que a gente possa reunificar o PDT e saber que a eleição foi ganha por um candidato que tem a origem política dele no PDT. E vamos continuar nessa luta”, acrescentou.
Ainda tratando sobre as decisões a serem definidas internamente, o político pontuou que a agremiação do prefeito eleito tem um alinhamento com o PDT no Governo Federal e que a capital cearense será importante nacionalmente.
“O PT é nosso aliado ao nível nacional e essa luta não cessa. Temos um adversário que saiu vitorioso na maior parte das cidades do Brasil, que é a direita, a extrema-direita. Nós temos essa necessidade, de que Fortaleza seja uma trincheira de resistência. E é isso que nós vamos trabalhar enquanto PDT”, continuou.
André reforçou a ideia de unidade partidária, quando indagado se trabalharia para evitar possíveis dissidências de medalhões do partido, a exemplo de Roberto Cláudio e de Ciro Gomes. Quanto a isso, ele foi enfático: “Não nos interessa, de forma alguma, implodir o PDT. Nós queremos o PDT unido e trabalharemos para isso”.
De acordo com ele, qualquer tratativa para que o partido seja base de Evandro independe de negociações por espaços na gestão. “[..] Para que possamos ajudar essa Fortaleza que durante os últimos 12 anos teve a marca do PDT”, argumentou o dirigente, acrescentando que o apoio iria acontecer para que não a cidade não “dê passo para trás”.
Líder no Legislativo municipal opina
O líder do Governo Sarto na Câmara Municipal, Iraguassú Filho (PDT), que também apoiou Evandro Leitão no segundo turno da eleição municipal, falou com o Diário do Nordeste e avaliou que “o partido ainda parece estar em 2022”.
“Há uma fragmentação, uma divisão, a divisão da divisão. A gente precisa reorganizar, reunir o partido. O partido tem história, tem posicionamento político-ideológico, é de centro-esquerda, e isso tem que ficar claro, de um modo geral”, indicou.
Iraguassú disse estar “muito feliz” de ter ficado do “lado certo”. “E, como eu disse com o Evandro, não havia outro caminho, o meu único caminho era ele”, frisou, mencionando a defesa de programas sociais e pautas como a infância, a família e as mulheres.
“Entendemos que foi uma eleição que dividiu muito a cidade, mas o Evandro sabe muito bem reconstruir, é habilidoso, não é à toa que foi eleito com a unanimidade dos votos para a presidência da Assembleia Legislativa”, destacou a liderança pedetista.
Diante do posicionamento do presidente afastado do PDT Nacional, o ministro Carlos Lupi, que rechaçou o apoio de filiados ao partido à candidatura de André Fernandes, a reportagem interpelou o vereador sobre a possibilidade de que os partidários serem alvos de punição, ele discorreu que “esse vai ser um processo interno”. “Tem que ser muito discutido, muito debatido, conversado. A Nacional deve assumir esse processo”, finalizou.