O procurador Deltan Dallagnol, ex-coordenador da Operação Lava Jato, pediu exoneração do Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi divulgada em vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (4), no qual anuncia a saída do cargo e explica os motivos que o levaram à ação.
"Após mais de 18 anos de trabalho em amor ao próximo, estou saindo do Ministério Público e queria contar a você o porquê", escreveu. "Minha vontade é fazer mais, fazer melhor e fazer diferente diante do desmonte do combate à corrupção que está acontecendo".
Com 41 anos, Dallagnol é formado em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e mestre pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. No MPF, atuou no âmbito da operação Lava Jato, com apurações iniciadas em 2014 e concluídas em fevereiro deste ano.
Deltan Dallagnol na Lava Jato
Segundo o portal G1, Dallagnol já tinha se afastado da coordenação da força-tarefa em setembro de 2020, após seis anos nos trabalhos da operação. Na época, ele disse que precisaria dedicar mais tempo na criação da filha.
De acordo com a operação, quatro organizações criminosas que teriam participação de agentes públicos, doleiros e empresários foram investigadas pela Justiça Federal em Curitiba, no Paraná.
Além de irregularidades na Petrobras, a maior empresa estatal do Brasil, a Lava Jato observou contratos volumosos, como o da usina nuclear Angra 3.
Conforme o portal Metrópoles, a expectativa é de que o agora ex-procurador se filie ao Podemos, assim como o colega ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.