Bolsonaro nega intenção de dar golpe: 'já sou presidente'

O gestor ainda insinuou que a CPI da Covid, realizada no Senado Federal, é uma das fontes que sugerem que ele apoia uma ruptura

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) negou as afirmações de que tem a intenção de dar um golpe no país. A declaração foi realizada nesta sexta-feira (27), enquanto conversava com apoiadores na saída do Palácio da Alvorada, em Brasília. As informações são do portal Metrópoles.

“Alguns dizem que quero dar golpe. São idiotas, eu já sou presidente, pô”, o gestor citou a CPI da Covid, realizada no Senado Federal, como uma das fontes desse tipo de insinuação. 

Na ocasião, o presidente voltou a convocar a participação dos apoiadores para atos de manifestação no dia 7 de setembro. Na data, Bolsonaro estará presente em manifestações na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e na Avenida Paulista, em São Paulo.

Ainda sobre os protestos, o líder do Executivo nacional negou a possibilidade de tumultos e depredações. "Pessoal nosso que vai às ruas não depreda patrimônio, não joga pedra na PM [Polícia Militar], não invade nada”, assegurou.

Convocação para ato

Conforme o portal, no último dia 15 de agosto, o presidente encaminhou uma mensagem para uma lista de transmissão no WhatsApp em que mencionou a necessidade de "contragolpe" e convocou apoiadores para participarem das manifestações no feriado de Dia da Independência do Brasil. O ato teria a intenção de mostrá-lo e as Forças Armadas que ambos possuem apoio para uma ruptura institucional.

“Atenção direitista sem noção, você mesmo que está falando merdas (sic) como ‘Vamos tomar o poder já que ninguém faz nada’, ‘Bolsonaro tá muito devagar’ ou ‘FFAA não fazem nada’. Faça o favor de ler com atenção o abaixo escrito, compreender as coisas como realmente são e assim passar a nos ajudar e não atrapalhar", inicia a mensagem. 

Em um trecho do texto, é defendido que o “contingente” do protesto deve ser “absurdamente gigante” para “comprovar e apoiar inclusive intencionalmente” que o presidente e as Forças Armadas têm o apoio necessário para dar um “bastante provável e necessário contragolpe”.

“Hoje, fazer um contragolpe é muito mais difícil e delicado do que naquela época, além do grave aparelhamento acima relatado, temos uma constituição comunista que tirou em grande parte os poderes do Presidente da República e foi por estes motivos que o Presidente Bolsonaro, no início de agosto, em vídeo gravado, pediu para que o povo brasileiro fosse mais uma vez às ruas, na Avenida Paulista, no dia sete de setembro, dar o último aviso, mas, desta vez, ele reforçou que o 'contingente' deveria ser absurdamente gigante, ou seja, o tamanho desta manifestação deverá ser o maior já visto na história do país, a ponto de comprovar e apoiar, inclusive internacionalmente, para que dê a ele e às FFAA, para que, em caso de um bastante provável e necessário contragolpe que terão que implementar em breve, diante do grave avanço do golpe já em curso há tempos e que agora avança de forma muito mais agressiva, perpetrado pelo Poder Judiciário, esquerda e todo um aparato, inclusive internacional, de interesses escusos”, instruiu a mensagem.