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Alexandre de Moraes indefere pedido de PL e multa partido de Bolsonaro em R$ 22,9 milhões

Presidente do TSE definiu a multa por identificar, na conduta do partido, "litigância de má-fé"

Escrito por Redação ,
alexandre de moraes
Legenda: De acordo com Alexandre de Moraes, os documentos apresentados pelo partido de Bolsonaro são inconsistentes
Foto: Nelson Jr/STF

O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), multou nesta quarta-feira (23) em R$ 22,9 milhões os partidos da coligação do presidente Jair Bolsonaro (PL) por conta do relatório que pedia a anulação de votos do segundo turno das eleições presidenciais. No documento, a legenda alegava haver “desconformidades irreparáveis no funcionamento das urnas”. As informações são do G1.

Moraes rejeitou o pedido de verificação extraordinária do resultado das eleições e definiu a multa por identificar, na conduta dos partidos, "litigância de má-fé" – definida como conduta abusiva, desleal ou corrupta realizada com o intuito de prejudicar a parte contrária, para causar tumulto.

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A decisão também inclui os partidos PP e Republicanos, que integraram a coligação do presidente não reeleito junto ao PL.

Na decisão, Moraes também determina:

  • O bloqueio e a suspensão dos repasses do Fundo Partidário às siglas até que a multa seja quitada;
  • A abertura de um processo administrativo pela Corregedoria-Geral Eleitoral para apurar "eventual desvio de finalidade na utilização da estrutura partidária, inclusive de Fundo Partidário";
  • O envio de cópias do inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da investigação sobre a atuação de uma suposta milícia digital para atacar a democracia e as instituições.

De acordo com Moraes, há o "possível cometimento de crimes comuns e eleitorais com a finalidade de tumultuar o próprio regime democrático brasileiro".

O presidente do TSE considera ainda que a ação do PL "não traz qualquer indício ou circunstância" que justifique a anulação de votos ou a reavaliação de parte das urnas.

"A total má-fé da requerente em seu esdrúxulo e ilícito pedido, ostensivamente atentatório ao Estado Democrático de Direito e realizado de maneira inconsequente com a finalidade de incentivar movimentos criminosos e antidemocráticos que, inclusive, com graves ameaças e violência vem obstruindo diversas rodovias e vias públicas em todo o Brasil, ficou comprovada, tanto pela negativa em aditar-se a petição inicial, quanto pela total ausência de quaisquer indícios de irregularidades e a existência de uma narrativa totalmente fraudulenta dos fatos", afirmou Moraes.

ENTENDA PEDIDO DE ANULAÇÃO 

O documento apresentado pela legenda afirma que o Instituto Voto Legal, contratado pelo PL para uma auditoria independente, apontou “desconformidades irreparáveis de mau funcionamento das urnas com potencial para macular o segundo turno das eleições presidenciais de 2022”. 

Os supostos problemas teriam sido registrados nos arquivos “logs de urna”, que configura “verdadeiro código de identificação da urna eletrônica”.

“Todas as urnas dos modelos de fabricação UE2009, UE2010, UE2011, UE2013 e UE2015 apontaram um número idêntico de LOG, quando, na verdade, deveriam apresentar um número individualizado de identificação”, afirmou o partido. 

No entanto, entidades fiscalizadoras apontam que a ausência desse número não significa comprometimento dos resultados das eleições, porque essa não é a única forma de identificação, nem o que garante a autenticidade da urna. 

Conforme o g1, cada urna possui um certificado digital único, que não se repete mesmo nos equipamentos mais antigos. O certificado é utilizado para assinar, de forma digital, os arquivos de cada urna eletrônica. Assim, a identificação e comprovação individual dos equipamentos podem ser feitas. 

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