Setor produtivo comemora derrubada de veto sobre desoneração

Empresários afirmaram que medida deverá ser fundamental para a manutenção de empregos durante o processo de retomada da pandemia. Decisão do Congresso permitirá negociação de contratos até o fim de 2021

Escrito por Samuel Quintela , samuel.quintela@svm.com.br
Legenda: Indústria têxtil tem puxado crescimento do setor no Estado, apontou Amorim
Foto: José Rodrigues Sobrinho

O setor produtivo cearense recebeu com otimismo a derrubada do veto referente à desoneração da folha de pagamento, confirmada pelo Senado ontem (4) para 17 setores. Com a decisão, empresas poderão reduzir a contribuição patronal à Previdência Social de 20% para um valor entre 1% a 4,5% sobre a receita bruta. Para empresários ouvidos pela reportagem, a medida deve favorecer a manutenção dos empregos durante o processo de retomada da pandemia do novo coronavírus em todo o País.

Segundo o vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec) e empresário da construção civil, André Montenegro, a decisão do Congresso deve dar mais fôlego às empresas para que recursos possam ser reinvestidos nos negócios. Ele defendeu que a iniciativa também ajuda a reduzir o impacto da carga tributária atual, que acaba pressionando os resultados econômicos.

A partir dessas verbas redirecionadas, Montenegro projetou que as empresas ainda poderão concentrar esforços para gerar mais empregos que o previsto até o fim do próximo ano. "Com certeza, isso é positivo. Estávamos muito ansiosos, porque a carga tributária está muito pesada em cima das empresas e assim você pode redirecionar toda a verba para dar mais fôlego aos negócios. E esse dinheiro poderá ser reinvestido para melhorar alguns resultados e ajudar na manutenção de empregos, e até quem sabe na geração de outros", disse André.

O vice-presidente da Fiec ainda apontou que a desoneração da folha de pagamento é ainda mais importante no cenário atual devido ao adiamento da votação da reforma tributária no Congresso para 2021.

"Nós temos de nos preparar para momentos de incerteza ainda maior, porque ainda teremos de pagar a conta da pandemia. Infelizmente, a reforma tributária foi prorrogada para 2021 por conta das eleições. O País para de dois em dois anos, mas vamos retomar no ano que vem", disse. Apesar do cenário positivo, o presidente do Sindicato da Indústria de Confecção de Roupas e Chapéus de Senhora no Estado do Ceará (Sindconfecções), Elano Guilherme, afirmou que ainda será preciso ter muita cautela durante o próximo ano, mesmo com a derrubada do veto.

Ele indicou que o setor deverá avaliar com calma as perspectivas dos mercados nacional e internacional para definir sobre a utilização dos benefícios concedidos pelo Governo Federal. "A gente está muito cauteloso, até porque estamos muito sujeitos a uma nova onda do coronavírus. É preciso ver dia a dia. Estamos com dificuldade com mão de obra, e temos tido falta de insumos, e tudo isso prejudica o nosso funcionamento. Então, a palavra é cautela para identificar as melhores maneiras para aproveitar desses benefícios", explicou.

Baque

Elano ainda ponderou que o mercado nacional poderá sofrer outro baque quando o auxílio emergencial for retirado e que as empresas precisarão fazer um bom planejamento.

Após decisão no Senado para derrubada do veto para desoneração da folha de pagamento, empresários cearenses comemoraram a decisão e destacam a manutenção de empregos

 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.
Assuntos Relacionados